domingo, 14 de agosto de 2011

Por quê a minha maior paixão é o rugby?

Nada se compara a um jogo de rugby. Nada.
É manhã de sábado em São Paulo. Enquanto a maioria das pessoas buscam mais algumas horas de sono, ou tomam seu café tranquilos sejam numa padaria ou em casa mesmo, tem gente que já está acordado há um tempo... pensando em juntar o máximo de joelheiras, munhequeiras, as clássicas chuteiras com pinos bem mais altos se comparadas as do famoso futebol, proteção bucal, entre outros apetrechos. Ali, enquanto o corpo pede um pouco de tempo a mais de sono, no cortex cerebral é emitido em segundos uma boa razão para levantar.
No final do século 19, muitos nobres cavalheiros ingleses se reuniam em clubes e associações, em campos bem aparados ou até mesmo em terras batidas, onde havia um esporte de muito contato físico, cuja bola oval, objeto de obsessão de todos era disputada com muita intensidade e potência. Ali, muitos esperavam pelo momento de abraçar uma dessas bolas e sair em disparada até a linha de in goal para marcar pontos, ou try, como o chamam. No meio da disputa, após um jogador derrubar o outro e provocar o tackle, formava ali o ruck, pela conquista da bola. "Um jogador entrou nas laterais do ruck! E não atrás do ultimo na disputa". Scrum fixo entre os forwards das duas equipes. O que os uniam ali não era só o esporte. Era o espirito de entrega pessoal de cada um ao jogo, ao campo, a bola e principalmente, mais que qualquer outra coisa: ao time.
Em ambos os casos: seja aqui em São Paulo, onde eu moro onde se reuni pela manhã jovens jogadores inspirados em parte pela divulgação maciça feita nos ultimos tempos no Brasil; ou lá no final do século 19 numa Inglaterra, onde muitos senhores distintos percorriam a cidade com seus ternos impecáveis e reluzentes, após entrarem nos vestiarios, surgiam fortes, atléticos e exibindo as famosas camisas listradas de rugby. Nesses dois momentos, eu quero expor esse algo no rugby que é inexplicável. Não é o aspecto visual. A bola ser oval. Os dois postes formando um H. As lindas camisas sempre impecáveis. Tudo isso é belo, mas não é, em sua essência, o que pensa uma pessoa quando pratica o rugby. Não mesmo. É passageiro. Pode ser guardado e esquecido. Pode ser furado ou enferrujado. O que se joga aqui e se veste é a alma de cada um, na luta para defender não apenas uma conquista, mas a vitória que vai impor respeito, coragem e determinação para aqueles que lutaram até o fim, deixando de lado a dor, o choro, o sangue e o suor.
Rugby é a minha paixão por saber traduzir todo o meu desejo de ir além dos meus limites. De me mostrar que no sol ou na chuva, estarei lutando. Não vai haver tempo ruim pra mim. Não tem barreiras que me impessam de impulsionar meu time à vitória. Meu coração à glória. Serei eu sozinho? Jamais. Seremos unidos. 15 num campo de batalha. Cortando, extirpando, libertando o sangue que escorre das pancadas e da garra individual. Que Deus abençoe a todos os rugbiers que lerem essa mensagem. Pois quando houver o cansaço, ainda vamos estar de pé. Até o fim da partida. (Nunca se esquecendo do Terceiro Tempo. hehe!)