sábado, 24 de agosto de 2013

Alex Turner bêbado, cai no chão, tem alucinações e quer saber qual é a sua Stephanie?

>>  O Alex, "cara da banda", chato, ligando de novo...

Quem mandou tantas mensagens?

A banda mais sensacional do planeta nowadays, os espertos do Arctic Monkeys estão com tudo para o lançamento do album que pode definir a carreira deles como MEGA BANDA, como já dá pra atestar o marketing feito em cima do visual deles, shows top no bombado festival de Glastonbury desse ano, capa na NME, o vocalista Alex Turner nas páginas da GQ e toda aquela espectativa criada depois das canções que fazem perguntas, "Você é minha?" "Por que você só me liga quando está bebado?" ou "Será que eu quero saber?". Bem, isso além das outras faixas de "AM" que chega as lojas fisicas e virtuais no dia 9 de setembro, como a "Mad Sounds" que já tocaram ao vivo.

Para promover seu mais novo hit,
Why'd You Only Call Me When You're High? os garotos ingleses amigos do Josh Homme soltaram o primeiro videoclipe mesmo dessa nova fase, cada vez mais look anos 50, das vestimentas ao cabelo de Turner, tirando uma onda. Acho bem bacana.

A pergunta é martelada, com um Alex Turner tomando uns shot com os amigos de banda, com um relógio derretendo e uns vultos e alucinações de si proprio no banheiro. Depois, o inconsiente Alex tropeça no chão, encara moribundos e confunde todos ao seu redor em atos sexuais. Isso tudo, enquanto manda todo tipo de mensagens para uma garota chamada Stephanie. Muito legal o vídeo, um dos melhores e mais engraçados da banda que surgiu lá pelos anos de 2004 e 2005. Queria ver um de "Do I Wanna Know?" também, mas não deve rolar...



>> O tal do momento "high" de Alex...



Tamo junto Alex. hehe.

AM na mídia por esses dias...

No semanário inglês New Musical Express...
Sr. Turner nas páginas da GQ desse mês.

Até.

Nirvana de volta... pelo menos no relançamento do seu último album, "In Utero".

Com demos no Rio, o disco acima seria o ultimo da banda após o suicídio de Cobain.
Parindo um bebê: Cobain, Grohl e Novoselic com as dores da gestação.
A banda meteórica Nirvana, lá de Aberdeen, Washington 1987, aquela sabe que bombou no mundo, que fez o disco mais importante da década do Grunge, que teve um vocalista depressivo, um baixista na dele e um baterista engraçado, que formaria a banda mais legal do mundo hoje em dia. Pois bem, após um tempo, para celebrar a chegada da data de 20 anos do lançamento do seu ultimo album, o bacana "In Utero", foi lançado um edição tripla comemorativa bombada com faixas originais feitas pelo produtor da época Steve Albini, numa versão remasterizada, com lados B, faixas escondidas, além de além de duas faixas ("Heart-Shaped Box" e "All Apologies") que o produtor Scott Litt mixou para a versão final de In Utero. Nessa comoção toda e revival daquela época vem sendo muito comentado aqueles dias. Aqui no Brasil a nossa revista Rolling Stone fez uma edição lembrando daqueles tempos nos gloriosos incio dos anos 90, quando a banda veio ao Brasil para dois shows conhecidos por terem sidos insanos e caóticos, e do momento em que Cobain e turma foram ao estúdio da BMG no Rio de Janeiro gravar umas demos, como a faixa "Scentless Apprentice", que de fato boa parte dela é aproveitada da demo no disco "In Utero". Assim como a revista Mojo, inglesa que também aproveitou a data para buscar nos registros os ultimos momentos da banda que redefiniria uma década.

O primeiro disco traz o album classico, com as já citadas faixas adicionais e lados B como "Marigold", "Moist Vagina", "Gallons of Rubbing Alcohol Flow Through the Strip", "I Hate Myself and Want to Die" (de The Beavis and Butt-head Experience) e "Sappy", a faixa escondida da compilação No Alternative. Lembrando que todas as faixas foram remasterizadas no estúdio Abbey Road para esse lançamento. O segundo disco traz uma enxurrada de faixas demo da época, com algumas surpresas como as faixas "Forgotten Tune", "Marigold", a primeira gravação solo do baterista Dave Grohl que viria a despontar em sua banda Foo Fighters. Há ainda no terceiro disco uma gravação remasterizada do show que o Nirvana realizou em 13 de dezembro de 1993 no Pier 48, em Seattle, performance exibida pela MTV como Live & Loud. Extrai da revista Rolling Stone brasileira, o tracklist inteiro do album, sente o drama. hehe.


CD 1 – Disco original remasterizado com todos os lados B e faixas bônus gravadas no estúdio Pachyderm

1 - "Serve The Servants" (mix de Albini/lançamento original) - 3:39
2 - "Scentless Apprentice" (mix de Albini/lançamento original) - 3:47
3 - "Heart-Shaped Box" (mix de Litt/lançamento original) - 4:41
4 - "Rape Me" (mix de Albini/lançamento original) - 2:51
5 - "Frances Farmer Will Have Her Revenge On Seattle" (mix de Albini/lançamento original) - 4:09
6 - "Dumb" (mix de Albini/lançamento original) - 2:32
7 - "Very Ape" (mix de Albini/lançamento original) - 1:55
8 - "Milk It" (mix de Albini/lançamento original) - 3:54
9 - "Pennyroyal Tea" (mix de Albini/lançamento original) - 3:37
10 - "Radio Friendly Unit Shifter" (mix de Albini/lançamento original) - 4:51
11 -"tourette's" (mix de Albini/lançamento original) - 1:35
12 - "All Apologies" (mix de Litt/lançamento original) - 3:55
13 - "Gallons Of Rubbing Alcohol Flow Through The Strip" (antiga faixa bônus nos EUA) - 7:35
14 - "Marigold" (Lado B; "Heart Shaped Box) - 2:34
15 - "Moist Vagina" (Lado B; "All Apologies") - 3:33
16 - "Sappy" - 3:28
17 - "I Hate Myself And Want To Die" - 2:59
18 - "Pennyroyal Tea" (mix de Litt) - 3:36
19 - "Heart-Shaped Box" (mix de Albini/inédito) - 4:42
20 - "All Apologies" (mix de Albini/inédito) – 3:58

CD 2 – álbum de mixes de 2013 com demos pré-álbum

1 - "Serve The Servants" (mix 2013) - 3:36
2 - "Scentless Apprentice" (mix 2013) - 3:49
3 - "Heart-Shaped Box" (mix 2013) - 4:41
4 - "Rape Me" (mix 2013) - 2:49
5 - "Frances Farmer Will Have Her Revenge On Seattle" (mix 2013) - 4:12
6 - "Dumb" (mix 2013) - 2:32
7 - "Very Ape" (mix 2013) - 1:57
8 - "Milk It" (mix 2013) - 3:56
9 - "Pennyroyal Tea" (mix 2013) - 3:32
10 - "Radio Friendly Unit Shifter" (mix 2013) - 4:51
11 - "tourette's" (mix 2013) - 1:35
12 - "All Apologies (mix 2013) - 3:55
13 - "Scentless Apprentice" (Demo - Rio) - 3:54
14 - "Frances Farmer Will Have Her Revenge On Seattle" (Demo - Laundry Room) - 4:33
15 - "Dumb" (Demo - Word Of Mouth) - 2:39
16 - "Very Ape" (Demo - Rio) - 2:21
17 - "Pennyroyal Tea" (Demo - Word Of Mouth) - 3:31
18 - "Radio Friendly Unit Shifter" (Demo - Word Of Mouth) - 2:40
19 - "tourette's" (Demo - Word Of Mouth) - 2:14
20 - "Marigold" (Demo - Upland Studios) – 3:25
21 - "All Apologies" (Demo - Music Source) - 4:25
22 - "Forgotten Tune" (Ensaio) - 2:04
23 - "Jam" (Demo - Word Of Mouth) - 5:44

CD 3 - Live & Loud: Live at Pier 48, Seattle, WA - 13/12/93

1 - "Radio Friendly Unit Shifter"
2 - "Drain You"
3 - "Breed"
4 - "Serve The Servants"
5 - "Rape Me"
6 - "Sliver"
7 - "Pennyroyal Tea"
8 - "Scentless Apprentice"
9 - "All Apologies"
10 - "Heart-Shaped Box"
11 - "Blew"
12 - "The Man Who Sold The World"
13 - "School"
14 - "Come As You Are"
15 - "Lithium"
16 - "About a Girl"
17 - "Endless, Nameless"

DVD - Live & Loud: Live at Pier 48, Seattle, WA - 12/13/93
1 - "Radio Friendly Unit Shifter"
2 - "Drain You"
3 - "Breed"
4 - "Serve The Servants"
5 - "Rape Me"
6 - "Sliver"
7 - "Pennyroyal Tea"
8 - "Scentless Apprentice"
9 - "All Apologies"
10 - "Heart-Shaped Box"
11 - "Blew"
12 - "The Man Who Sold The World"
13 - "School"
14 - "Come As You Are"
15 - "Lithium"
16 - "About a Girl"
17 - "Endless, Nameless"
Extras
18 - "Very Ape" (Ensaio do Live & Loud)
19 - "Radio Friendly Unit Shifter" (Ensaio do Live & Loud)
20 - "Rape Me" (Ensaio do Live & Loud)
21 - "Pennyroyal Tea" (Ensaio do Live & Loud)
22 - "Heart-Shaped Box" (Vídeo Original + Versão do Diretor)
23 - "Rape Me" (Ao Vivo no "Nulle Part Ailleurs" – Paris, França)
24 - "Pennyroyal Tea" (Ao Vivo no "Nulle Part Ailleurs" – Paris, França)
25 - "Drain You" (Ao Vivo no "Nulle Part Ailleurs" – Paris, França)
26 - "Serve The Servants" (Ao Vivo no “Tunnel” – Roma, Itália)
27 - "Radio Friendly Unit Shifter" (Ao Vivo em Munique, na Alemanha)
28 - "My Best Friend's Girl" (Ao Vivo em Munique, na Alemanha)
29 - "Drain You" (Ao Vivo em Munique, na Alemanha)

Fantástico. Não consigo definir em palavras a minha primeira reação ao ouvir o meu (e de todos, creio) disco favorito deles, o suntuoso e intenso "Nevermind", com faixas que causam explosões internas com letras poderosas e um som que definiu tudo o que seria feito em diante nos anos 90, incluindo o próprio Grunge, gênero que eles aprofundaram de uma forma que seria base para muita coisa que viria, nos moldes de Pearl Jam, Soundgarden e outros.

>> Vídeo de divulgação de "In Utero"... mítico.


Cobain podia não ser exímio nas guitarras, mas era um gênio. Pena que não via humor em sua vida. :/

>> Segue o vídeo-clipe que já vem embalado no relançamento de "In Utero", da faixa "Heart-Shaped Box". Lindona.


>> Para o que está fazendo e ouça "In Utero".




Até.

sábado, 17 de agosto de 2013

The Vaccines dando as cartas do jogo.

De olho nos hinos que são melodias viciantes e inesquecíveis.

Então, a banda inglesa uma das mais preferidas desse blog, o The Vaccines tá num ritmo a toda voltagem. Depois de aparecer nos maiores festivais do mundo tipo uns como Glastonbury, Lollapalooza e Bonnaroo (só) e num tal show dos The Rolling Stones, num tal de Hyde Park abrindo pros tiozões lendas do rock, eles não querem saber de firulas. Já colocaram um EP novo agora, o "Melody Calling" que acaba de ser lançado e são principais atrações do V Festival que rola nesse fim de semana agora. Não satisfeitos, já planejam novo album para ano que vem ou o proximo e... o que mais esperar dos The Vaccines?

Tive a honra de assistir eles no show que fizeram agora em maio em SP, (critica do show) e com o clima de rock'n roll viciante e incrível, acabei saindo do show achando ter visto o melhor show dos ultimos tempos. Eles que transformaram um O2 Arena, em Dublin semanas antes, numa dinamite pura, já são verdadeiras e reais promessas da música, de gente tipo NME, Guardian e blogs de música.

Não dá pra ficar indiferente a albuns tão bons quanto os dois que lançaram um tempo atrás, os "What Did You Expect From The Vaccines?" e "Come Of Age", que já meio que são obras tão bem acabadas e com hits tão deliciosos e dançantes, que me ouso a uma pergunta: o que eles esperam de si mesmos? Em parte percebo que essa é uma pergunta que é do tamanho da qualidade deles e do rotulo (que sempre achei de mal gosto, rotular uma banda indie como indie e isso ser um rotulo infinito), mas talvez seja melhor simplesmente parar de prever algo e se preocupar a toa. Eles arrebentam, e nada mais deve ser questionado. De "If You Wanna" a "No Hope", nenhuma banda hoje traduz com tamanha honestidade os sentimentos do que é ser jovem nos dias atuais. Quando me paro ouvindo "Blow Up" ou "Norgaard", e até mesmo as "Teenage Icon" e "I Always Knew", do segundo album, bato palmas comigo mesmo. São lindas e profundas, digo as letras, digo as melodias dessas canções. Enfim, é coisa boa.

Um joia do moço.


O EP "Melody Calling" traz quatro sons. A faixa-titulo, que é um pouco de Manic Street Preachers e um pouco de new wave ali, num som que já vem sendo tocado nos shows, inclusive no que fizeram aqui em SP esse ano. Depois vem as ótimas "Do You Want a Man?", que começa com guitarras delirantes e um som tão pop quanto um rock psicodélico e seria um Vaccines mais maduro? Legal é a faixa seguinte, "Everybody's Gonna Let You Down", a faixa que mais gostei. Tem um clima mais calmo, e que passa um certo desiludido Justin Young. "Someday, in a someway. Everybody's gonna let you down. I knew that you would. Cause everybody's gonna let you down. Yes, everybody's gonna let you down. So, don't wait on me. I will let you down" Achei muito sensacional.

Peço para que eles não demorem em lançar mais material, por que necessito preencher meu Ipod com mais música deles. Urgentemente. Sorte deles que lançaram esse EP. Não posso reclamar.




aproveitando os comerciais para mais um momento...
Justin Young em fúria...







>>Show deles no Glastonbury desse ano. Já vi umas três vezes. hehe




Entende, a vida é um vazo de flores e você é muito linda. Seria essa a mensagem do baixista Arni Arnason.

Do Brooklin, os famintos Parquet Courts fazendo seu som.

...

O vocalista Andrew Savage matando a fome.

Não dá para ficar indiferente a explosão de rock produzido por esse grupo de Nova York que lançou ano passado seu álbum de estréia, o badalado "Light Up Gold", que com o passar do tempo tem ganhado cada vez mais a atenção da critica, mídias e tal. De destaque numa compilação da revista Uncut, à promessa por gente como NME e Rolling Stone, o grupo formado por Andrew Savage (vocalista e guitarrista da banda), Austin Brown (guitarrista), Sean Yeaton (baixo) e o irmão do vocalista Max Savage nas baterias começou lançando seu LP de estréia chamado "American Specialties" em 2011, e com seu som poderoso evocando um rock rápido e sem firulas, chegou bombando em apresentações intimistas pelo Brooklin.

O vocalista Andrew Savage e o guitarrista Austin Brown que antes já haviam trabalhado, de acordo com o site Pitchfork, numa banda experimental do Texas chamada "Fergus & Geronimo", que fazia uma mistura de soul, com um tipo de rock de garagem e psicodélico, resolveram aprofundar o som e torna-lo mais cru e próximo daquilo que buscavam. O resultado foi próximo do deleite puro do que o rock pode se aproximar sendo ao mesmo tempo que referencial a um tempo (pensa numa forma de embalar ritmos dos anos 80, rápido tipo Clash, um punk com mesclas de rock de garagem dos anos 70) e com letras que carregam toda uma insatisfação e rebeldia. Um espirito jovem e aventureiro bebendo da fonte do melhor som que muitos dizem ja ter ouvido recentemente de uma banda rock. Não dá para se sentir indiferente a essa banda. O hit "Stoned and Starving" reflente bem isso. "I was reading ingredients, Asking myself "should I eat this?" I was so stoned and starving. I was scratching off silver ink. I was deciding what to drink."

Em letras tão boas quanto inspiradoras, o Parquet Courts é uma banda a ficar atento. Ao trazer um álbum, que contem 15 musicas, ao final da audição o deslumbre voluntario é consequência de não conseguir tirar a atenção das mesmas 15 musicas excelentes. "Borrow Time" é a outra que acho incrivel. A letra é barbara de tão boa. Segue vendo. "I was up to my neck in motivation neglect when... I felt soft waves of purpose crashing onto the surface. I was feeling nostalgic for the days when... My thoughts dripped on to my head from the ceiling. I remember the feeling." E alcança o refrão com uma guitarra que desliza com a intimidade de um som super legal feito numa garagem. "And it seems these days I'm captive in this borrowed time."

Olha o passarinho.

Nessa semana eles anunciaram um novidades para outubro agora desse ano. O EP “Tally All The Things That You Broke” parece ser bem bom. Contendo cinco faixas, o primeiro single dele já foi divulgado, o explosivo “You’ve Got Me Wonderin’ Now”. Um rock sujo e sem firulas.

Viciante.

O que temos para comer?

Segue o vídeo dos garotos no Pitchfork Festival que rolou em Chicago mês passado. A delirante "Stoned and Starving" com requintes majestosos das guitarras de Savage e Brown. Vish.


>> E já o novo single, seguido do primeiro disco deles para ver que não brinco.



domingo, 11 de agosto de 2013

O enigma de Suede: A banda mais espetacular dos anos 90, lança o melhor álbum de 2013?

O fenômeno Brett Anderson com seu visual nos áureos tempos dos anos 90: O surgimento do britpop.
Versão 2013. Cabelo curto, sem o visual glam-gótico dos anos 90. Melhor assim.

Poucas bandas definem tão bem o espirito do rock inglês nos anos 90 quanto o Suede, e os motivos passam por diversos momentos tão unicos que os tornam singular na história da música, seja pela promessa que se tornaram naqueles idálicos começo da década do Grunge no cenário inglês. Mesmo com o passar do tempo e com a fama adquirida com os diversos singles e albuns nos topos das mais ouvidas, o sucesso não foi capaz de unir a banda que passou por diversos problemas de união entre os membros, tendo seu apice desde o lançamento e gravação do segundo album, "Dog Man Star" de 1994, culminando no rompimento com seu guitarrista, Bernard Butler, até o longo tempo em que ficaram separados desde o fracasso do ultimo disco até então, lançado em 2002, "A New Morning". O que parece uma série de aventuras e desventuras, pode ser revestida com o brilho de uma banda que promoveu uma revolução e pôs nos trilhos uma nova injeção e vigor para o rock britanico. Foram os precursores do chamado Britpop, que traria ainda Oasis e Blur como futuros expoentes e lideres das massas, assim como outras bandas da época como Ash, Pulp e The Divine Comedy. Só que o passado da banda não se encerrou ainda. Muito pelo contrário, eles se mostraram capazes de dizer que mal chegaram a fazer barulho.

A banda teve seu surgimento em 1989, em Londres, no calor dos corredores da University College London, onde Brett Anderson ao lado de sua companheira Justine Frischmann resolveram formar uma banda de rock com a adição de seu amigo de infância Mat Osman. Tocavam covers de The Beatles, Smiths e David Bowie. Precisavam de um guitarrista, e então na edição de 28 de Outubro de 1989 do seminário de música NME, publicaram um aviso procurando por um. E encontraram um garoto de dezenove anos, Bernard Butler, que viria a ser membro da banda nos seus grandes momentos durante a década que estava prestes a começar. O aviso continha o seguinte:

"Young guitar player needed by London based band. Smiths, Commotions, Bowie, PSB's. No Musos. Some things are more important than ability. Call Brett."

Na vaga de baterista ainda em aberto, nos primeiros shows e gravações eram feitas por uma máquina. Com o tempo, publicaram um aviso a procura de um. A surpresa foi ninguém menos do que o lendário baterista dos Smiths, Mike Joyce, pedir para se juntar a banda. Em partes, isso já dá uma ideia da aposta que a banda era naqueles tempos. O mais incrível é que após duas músicas, por discordar de certos aspectos, ele abandonou o posto que logo seria preenchida Simon Gilbert.

Com a saída de Justine (Que logo formaria a banda Elastica) e o rompimento de seu relacionamento com Brett (Que logo o trocaria pelo vocalista do Blur, Damon Albarn), o grupo passaria por alguns ajustes. Capazes de dar voz a um novo estilo musical, que mesclaria um glam rock, com batidas sonoras pop que transformaria a banda num icone de uma geração e Brett seu midas. Em 1992, foram considerados como "A Melhor Banda do Reino Unido". O primeiro album, Suede (1993) foi aclamado pela critica e se tornou em pouco tempo o disco de estréia mais vendido em quase 10 anos. O disco venceu o Mercury Music Prize, respeitado prêmio britânico. Em seguida, o segundo disco, Dog Man Star (1994) apesar dos contratempos, foi um sucesso entre critica e publico, considerado por muitos um dos melhores da banda. Com hits como "The Wild Ones", "New Generation" e "We Are The Pigs". O terceiro talvez tenha sido o álbum que os colocaria no mapa. "Coming Up" (1996) trazia as clássicas "Trash", "Filmstar", "Lazy" e "Beautiful Ones" e logo se tornaria o disco mais vendido daquele ano. É o primeiro desde o rompimento com o guitarrista Bernard Butler. Entraria Richard Oakes. Foi o momento mais grandioso da banda, se não fosse o vicio de Brett em crack e heroina que tornou os proximos passos relativamente irregulares. O quarto disco, "Head Music" (1999), introduziria um som mais eletronico nas canções, se modelando ao que vinha sendo produzido na época desde U2, INXS, Blur, entre outros. Apesar do vicio de Brett, o album alcançou o numero 1 na lista dos albuns mais vendidos. A recepção foi mais amena, tanto da critica quanto dos singles por parte do publico, comparando com outros lançamentos. O que culminaria com a falta de perspectiva do album seguinte lançado em 2002, "A New Morning" foi um fiasco, vendeu mal e boa parte da critica não aceitou as mudanças promovidas pela banda. Pessoalmente não engoli muito, achei meio fraco. Hits como "Positivity" e "Obsessions" não trazia nada inovador.

Os garotos de Londres. O peso da idade.


Após muitas especulações, Suede volta a se apresentar em 2010 e onze anos depois lançaram um novo album, "Bloodsports". Em 2013, em meio a novos disco de David Bowie, My Bloody Valentine e Johnny Marr, o retorno da banda de Londres foi a que mais pode ser considerada como um retorno triunfal. O vigor nas apresentações e o que é "Bloodsports", uma explosão de canções de partir corações e hinos tão bons quantos os do disco homônimo de estréia fazem os fãs de 30 e 40 anos ensandecerem. Para quem ouve a uns dois anos, igual a mim, tudo é muito novo e as referencias a aqueles tempos de "Animal Nitrate" me faz viajar, não sei se na exata medida com a qual muitos deles viajam/piram, mas fico maravilhado com o poder das letras dessa nova empreitada da banda de mais de 20 anos de estrada.

"Bloodsports" é o surgimento de um Suede intenso e revigorante. Um impulso de grande sonoridade. Algo que traz uma banda com raizes naquilo de melhor que eles produziram nos seus primeiros discos, como no soturno "Dog Man Star" e traz toda a inspiração de quem ainda não havia mostrado as caras. Letras que falam de sentimentos como desilusões, medos e inquietudes de um grupo de marmanjos com mais de 40 anos que só agora percebe a dor da vida, a mesma que ainda não se cansa de mostrar sua amarga face. "Barriers" abre o album com um soco de riffs delirantes que falam de frustrações e amores perdidos. "Aniseed kisses and lipstick traces. Lemonade sipped in Belgian rooms. Couldn't replace the graceful notions. That clung to me when I clung to you". A faixa seguinte, "Snowblind" é outra faixa linda que traz toda a energia da banda. Quando Brett parece implorar. "You were frozen by the moment. Thing is what can we do. When I'm frozen by the moment too. All the statues and the x can't. Hold a candle to you. When you're frozen by the moment too". O estonteante hit "It Starts And Ends With You", tem os arranjos e composição de um puta hit dos anos 90 que naqueles tempos me dou a presunção de achar que essa música seria uma das maiores daquela década. Tem riffs que percorrem o ar e letras lindonas."Like a cause without a martyr. Like an effigy of balsam. Like a hairline crack in a radiator. Leaking life. I shout out but it just spins faster. I crawl up but my knees are water. I cling on by my nails to the sweet disaster" E alcança o refrão com tudo. Sem ar? "And then I fall to the floor. Like my strings are cut. Pinch myself but I don't wake up. Spit in the wind cause too much is not enough. It starts and ends with you." Sem palavras.

DOIS TEMPOS...

No elevador.
Num parque, oras.

O legal nesse disco é que faixa-por-faixa descobre-se anseios, dúvidas, obsessão, ego e insegurança se cruzando e formando um arranjo de sons que deixa qualquer fã expoente daquela geração boquiaberto. "Sabotage" é uma romântica faixa com tons épicos que fala sobre a solidão. "Alone in the climate of her greed. Her love is the shape of mother. Her love is sabotage." E termina: "I smile as the rope cuts through me. So cold in this London summer." A faixa mais bonita talvez do album, "For The Strangers" tem uma letra dilacerante: "Lips like semaphore to my heart. We slither and slide and slip. Stings like aerosol in my eyes. And nothing compares to this." Até em seguida aparecer o poderoso single "Hit Me", que já logo atira batidas deliciosas numa canção enfeitadas com um belo arranjo sonoro. "I'm not as strong as I pretend to be. You feel the scratches and scars. You feel the parts of me we call ours. But drop me once. And I will fall to bits. Come on and hit me. With your majesty. Come on and hit me. With all your mystery"

A faixa seguinte "Sometimes I Fell I'll Float Away", tocaria bem numa rádio pela madrugada. Tem leves toques de poesia. "All the colours in the rainbow don't compare. With one look in your impossible eyes". "Always" e "What Are You Not Telling Me?" são outras belas canções. E o disco fecha com a voz de Brett ecoando sozinha nos sons intimistas de "Faultlines". "Is it birdsong or is it just the car alarms. Making me feel so young and savage like the dawn?" Esse trecho da música pode ser vista saido da voz de Anderson como uma confissão de que a banda nunca se sentiu tão jovem e ousada como antes.

Um momento para perceber o quanto revigorante o Suede parece estar nesse momento. Com poderosas canções e sentimentos tão cristalinos nessa obra, nos faz acreditar que o britpop nunca esteve tão vivo. Pelo menos da parte deles, que nunca estiveram tão estonteantes, e as músicas com temas que ainda trazem para o presente sentimentos humanos de uma banda que apesar de seus vicios e problemas nos mostra que continuam parados no tempo. Em 1994. Fazendo o melhor de suas vidas.

O comportado Brett Anderson. Outros tempos.
Brett no meio da galera.

Obs: A Pitchfork lembrou bem, que o lançamento de Bloodsports de deu no mesmo mês do novo lançamento de David Bowie, idolo eterno de Brett que aqui nessa capa antiga da NME de 1993 aparece juntos. Creio que no seu começo de carreira, o líder do Suede jamais pensaria que estaria ao lado de seu maior idolo. E a vida, mostra que... ela é engraçada.


Outra observação: Sempre achei engraçada essa mania que nos EUA, eles chamam a banda de The London Suede. Ianques...

SUEDE no TUNEL DO TEMPO>>>>>>>>>




Um dia Brett Anderson tocava cover de Smiths. Outro dia ele troca umas ideias com o Morrissey. Vida.




Mais uma observação. Não poderia deixar de citar o causo que ocorreu em 2012, com a vinda do Suede no Brasil para o festival Planeta Terra. Enfim, o que ocorreu foi o seguinte. Uma série de eventos inacreditáveis e de proporções de vergonhas alheias nos trazem a tona a participação da banda no programa Altas Horas, do Serginho Groissman. Segue os dois textos do meu blog predileto, Popload, do Lucio Ribeiro que conta como ninguém o que ocorreu naquela madrugada de sábado. haha

Link 1
Link 2

E aqui um vídeo da aparição no programa: Link Animal Nitrate-Altas Horas-Suede




Aqui algumas faixas de Bloodsports:



E o single "Hit Me"...