segunda-feira, 1 de abril de 2013

Henriquevoxx nos festivais - Lollapalooza Brasil 2013

- Direto do Jockey Club...








Como já diz a sabedoria popular, a primeira vez você nunca esquece. Nesse ritmo de perda da virgindade, embarquei no primeiro festival de minha vida e as divertidas recordações são o que vão ficar de duradouro, no que de acordo com muitos jornalistas, blogueiros e gente atônita de Heineken e tals, foi um dos melhores festivais de música dos últimos tempos aqui no país tupiniquim, se não o maior. Isso no que se pode dizer do numero de bandas ao mesmo tempo tocando e causando dores na consciência naqueles que se veem perdidos em meio a maré de atrações. Digo isso porque o Lollapalooza tupiniquim de resto foi um show a parte de logística ruim, lama feia e cheiro de esterco pegando forte, liberando aquele cheiro tão característico de Jockey...ok, ok. Além do som ruim em algumas apresentações como a do The Black Keys, que muitos que estavam de lado reclamaram que pouco se ouvia. Sem essa de pesares e lamentações, o que deu para sentir ali foi uma primeira vez para muitos que ali estavam pela primeira vez embarcando em um festival, já que São Paulo de fato nunca teve algo grande e bonito, como em outros lugares do mundo. Foi a caravana de Perry Ferrell, o lendário vocalista do Jane's Addiction e criador da brincadeira nos áureos anos 90, aportar ao país ano passado, mais precisamente aqui na capital financeira do país, para conheceremos o que é um festival de verdade.




Entre magoas e alegrias.

Ano passado acho que antes de realizar o primeiro Lolla aqui, o Ferrell tava mais empolgado acá do que agora. Pode ser impressão, mas deu pra perceber que no Chile a recepção foi mais acalorada, com a própria figura percorrendo o festival, que lá rola num parque. Talvez seja impressão também, ou paranoia desse senhor mas ouve um climão entre eles com o nosso evento com uma notável e acalorada receptividade na imprensa com o vizinho, mas nada que tenha feito do nosso aqui um evento menor ou menosprezado de qualquer maneira. De forma alguma. O que rolou para que isso pudesse acontecer com os realizadores do festival foram diversas situações dentre as quais a polemica Lobão, e as ferozes criticas que foram feitas ao festival e ao Sr. Jane's Addiction por um comentário que ele fez ano passado. No fim, com a qualidade de um line up lindo e uma infra-estrutura nunca vista aqui de festival gringo, fez a massa revoltada se render a incrível celebração que rolou.



O primeiro dia: Flowers e seu Killers fazendo a festa.

O único dia que choveu um pouco. A estimativa oficial foi de 52 mil, e pelo que pude ver encheu. Foi o dia do The Killers mostrar seu poder de grande banda, deadmou5, Passion Pit, Temper Trap, Flaming Lips, Of Monsters and Men. Apesar do deslumbramento com coisas bacanas, tipo aquelas maravilhas chamadas MINI CHURROS, HOT DOG LINDO E RODA GIGANTE VERDE ILUMINADO INCRIVEL, o line up do dia realmente não era algo comparado com o que viria, mas em nenhum momento o que se viu foi abaixo do excelente.
Passion Pit no palco alternativo tocando as maravilhosas canções do novo disco e da carreira, foi um momento muito legal. "Carried Away" arrebatando, sem mais. Além das outras tantas, como "Take a Walk", "Little Secrets". Lindas. Além do sempre bem vestido Michael Angelakos, conduzindo bem o publico meio tipo celebração. Bacana.
Temper Trap um pouco fraco, Of Monsters and Men bacaninha. Não vi muito esses, só o que eu pude. The Flaming Lips foi o show tipo inacreditável. Muito devido ao show maluco do senhor Wayne Coyne, que em meio a psicodelia de suas canções entregou um show cheio de luzes e pouco ritmo.
E para tornar tudo um momento redentor, The Killers e seu dandi Brandon Flowers traziam todos seus enormes sucessos de sua estrada já de uma década. Impossível escapar de boa parte de suas musicas. São tipo hinos, algo que faria Bono e The Edge ficar corado de encanto. Nada que vá se comparar tanto assim, já que vejo o segundo e terceiro álbum da banda bem coxinha demais pro meu gosto, o que salvou mesmo foi essa nova cria que até que é bacana, o "Battle Born", o disco novo que saiu ano passado. Crias como "Somebody Told Me", "Mr. Brightside", "When You Were Young" deram aos famigerados coxinhas de plantão e eternos fãs de hinos grandiosos nas ondas do Lolla nesse dia um banho de soda gelada. Era o topo do mundo. Mas sem duvida foi muito bacana. Gosto do Killers, afinal.



Segundo dia: O melhor dia de um festival em solo tupiniquim de todos os tempos?

Cheguei bem cedo ao Jockey. Deu pra ver os shows de meio dia, tipo o da galerinha bacana do Stop Play Moon tocando umas tipo um som bem eletrônico e dançante. Bom até. Fui para as filas de fichas, peguei algumas. Poucas, percebi depois tendo que ter voltado a fila no fim da tarde e sabe-se lá Deus como achei meu lugar naquele momento. Depois logo vi um pouco de Ludov, passei na lojinha para pegar umas camisas e fui ver Toro Y Moi, que tinha acabado de começar. Bem bom, e ali sai pouco para garantir o lugar. Sai e vi depressa um pouco de Franz Ferdinand. Bem lotado no palco Butantã. Voltei ao meu lugar ali proximo ao palco Cidade Jardim, onde ocorreria o show do Two Door Cinema Club. A banda irlandesa deu o melhor de si em palco, fui bem bacana. De lá vi o que pude de Alabama Shakes. Do lugar do onde estava dava para ouvir seu voizerão, enquanto do outro lado rolava o Franz. Meio missão impossível eu ainda ter que ficar ali no outro palco para guardar o que estava por vir.
Ah, deu pra ver um pouco de Gary Clark Jr., muito bom. Até que entrou no palco do dândi Josh Homme, com a sua bela trupe para nos entregar o novo Queens Of The Stone Age. Ou melhor, ali foi mais sucessos da carreira e uma só do novo álbum, inédita. A poderosa "My God Is The Sun", do novo album "...Like A Clockwork". Foi excelente e melhor show da noite, e do dia no festival. Soltaram "Sick, Sick, Sick" para o meu delírio, além das clássicas "No One Knows", "Turnin On The Screw", "Make It Wit Chu". A banda tava muito boa no palco e soltando fogo pelas ventas, como dizem.
Homme soltando umas gags tipo, se auto denominando o beberrão do grupo.
Após um momento doloroso já, depois de algumas Heineken e muita sede ali no meio, entra a banda mais esperada por mim no dia, os agora headliners e primeira vez no país, os caipiras do The Black Keys. Um estrondo de banda ao vivo. Ainda bem que não sai muito de onde eu tava durante o dia, pois nos lados dizem que o som não rolou quase nada. Dali de frente de onde tava deu pra ouvir bem, graças a Deus. Todas as belas músicas que eu aguardava como "Nova Baby" (Que na hora foi até meio surpresa pra mim), "Gold On The Celling", "Run Right Back" e o hit "Lonely Boy", todas do mais recente album deles de 2011, "El Camino". Sem contar ao vivo ali "Tighten Up", "Howlin' For You" e "Strange Times". Uma das bandas mais preferidas por mim e que ali recompensou demais. Por que não é o melhor show da noite? Desculpa garotos de Ohio, mas Homme fez estrago. Fato.
Muitos blogueiros como o grande Marcelo Costa, do Scream & Yell, e o Lucio Ribeiro do Popload deram na certa que tinha algo de histórico no dia 30 de março. O segundo dia do Lolla BR, foi exatamente aquilo que se espera de um festival na Europa, e que nem lá muitas vezes rola com a perfeição (no mau sentido) de não poder ver todas as bandas legais por que todas elas tão rolando ao mesmo tempo. Foi o que rolou, tipo Alabama Shakes ou Franz Ferdinand? Steve Aoki, rolando no palco Perry de música eletrônica ou The Black Keys? Foi delirante.









Terceiro dia: Os anos 90 estão de volta!

Foi tipo todo momento aquele clima apoteótico. O dia que teria Pearl Jam, ao lado do brazuca Planet Hemp, que retorna nos palcos do maior festival rolando no Brasil do mundo teve todos os ingredientes daqueles dias memoráveis. E de certo modo teve um pouco, sim, desse ufanismo de fato concretizado ali. Era de certa forma os anos 90 de volta para aqueles ali. Fui nesse dia com meu tio, que acompanhou in loco a vibe dos dias de "Ten", dos então cabeludos de Seattle. Chegamos lá por volta das 15h, ali bem no inicio, uma das bandas que mais ansiava em ver, os ingleses do Foals. Show ameno. Esperava mais. O som tava irregular, algumas vezes o que irritou alguns integrantes da banda em alguns momentos. Tocaram "Providence", "My Number" e "Inhaler". Poucas do segundo disco, o "Total Life Forever" e mais do primeiro e ultimo álbum.
Fomos beber um pouco. Vi um pouco de Hot Chip, e aquele momento "holy shit" veio da banda Kaiser Chiefs, que arrebataram o publico com aqueles hits lindos que só eles sabem fazer e tocar. Apresentação impecável do inicio ao fim, com direito a momentos de contorcionismo do vocalista Ricky Wilson (adoro ele, o cara é incrível), em meio as estruturas do palco. Acho que foi na "I Predict a Riot", não tenho certeza.
Vi pouco de Major Lazer e The Hives, uma pena. Foi ai que começou o Pearl Jam no palco Cidade Jardim.
Dava pra ver muito tiozão do meu lado entoando hinos da banda como "Jeremy", "I am Mine" e "Daughter". Eddie Vedder rodopiou, balançou os cabelos e criou um clima bem grunge para coroar a noite que umas duas horas atrás teve Planet Hemp entoando canções pró-liberalização da maconha. Não vejo graça nas música deles, e não vejo como a galera curte tanto, enfim. Vedder parabenizou - advinha, falando em português, hehe- a cidade de São Paulo por permitir o casamento de pessoas de mesmo sexo, lei essa do quel eu nem sabia. Pra variar tocou a cover do Ramones e The Who, as respectivas "I Believe in Miracles" e "Baba O'Riley". Gostei do pique e disposição da banda, que arrebentou em certos momentos. Vedder confessou que eles interromperam o período de gravação do novo álbum para os shows nos Lolla daqui e do Chile.








Ao fim, foi um baita festival. Fui ao final dos três dias, madrugada de domingo esgotado, mas quem disse que eu não faria de novo? Ano que vem tem mais.












Até.