quarta-feira, 1 de maio de 2013

Lambida: Phoenix - Bankrupt!

"Como é grande meu amor por você!"
Depois de quatro belos álbuns  o quarteto de indie pop rock francês, Phoenix agora tá no topo. E não digo pura e simplesmente por terem feito o disco mais incrível da ultima década, - pra mim "o" melhor -, e sim por também terem marcado presença por todo canto a todo momento. No seu imponente e cinzento novo álbum lançado a algumas semana, "Bankrupt!" temos o trabalho que pode consolidar uma carreira. O último, o já citado melhor álbum da década, "Wolfgang Amadeus Phoenix" é algo insuperável na aparência  Canções pop ligeiras e na medida para dançar sozinho. Letras afiadas e de um senso de realismo no âmbito de relações amorosas, solidão e vivências. "Lizstomania", "Fences", "1901", "Lasso" e todas as outras canções que compõe o álbum formam algo único e singelo. De uma graça que ao final fica a vontade de conspirar para que nossa vida tenha a trilha sonora de suas canções.



Os outros três álbuns, o primeiro de 2000, "United", o segundo de 2004, "Alphabetical" e o terceiro de 2006 "It's never been like that" compõe a discografia de quem hoje colhe os louros de banda do momento. São headliners dos maiores festivais do mundo, e ai estão o Coachella que rolou duas semanas atrás e o Lollapalooza de Chicago em agosto. O show que fizeram no primeiro fim de semana do festival de Indio CA, dá uma boa noção do que eles são no mundo da música. Tudo sem dúvida graças ao último álbum que rendeu a fama global e presença maciça nas rádios.
O grupo que se formou nos subúrbios franceses próximo de Versailles em 1995 é formado pelo vocalista Thomas Mars, dândi que lidera a banda como um dos salvadores da música e que é casado com a diretora Sofia Coppola, pelo baixista Deck d'Arcy, e pelos guitarristas Chris Mazzalai e Laurent Brancowitz. Juntos aos poucos foram tomando influencia de gente como Air, Daft Punk e Cassius e ascendeu aos poucos assinando com gravadoras e tocando em programas de TV.

Hoje próximos do infinito e além causam e acabam de lançar um albúm todo cheio de pêssegos na arte de capa. O resultado é menor do que o antecessor, mas impressiona. "Bankrupt!" tem ingredientes que viciam, mas busca algumas experimentações novas, como nas estruturas músicas que carregam "SOS in Bel Air", que abusa de um mudanças sonoras repentinas e saltam com mensagens bacanas, assim como todo o álbum que no fim não deve nada com sacadas legais de Mars e trupe. "When you can't cross the line / But you can't stop trying / Alone" A faixa título é instrumental e finaliza toda bonita. Imponente e interessante. "People in fashion / Rattle, don't hesitate / A look of my own, your chances are slim / Victory lap, formal with feathery eyes / Dating vendetta win small / Spray pesticide /Justice done" O disco não possui muitos hits, mas não deve na concepção que arrisca bonito e fica encorpado com canções dançantes deliciosas como "Trying to be Cool", "Don't" e "Oblique City". Pra não dizer que uma música dificilmente não sairá da cabeça está aqui "Enterteinment", hit com pegadas de canções do último álbum e toda uma aura oriental / japonesa que percorre o álbum em muitos momentos. "Entertainment / Show them what you do with me / When everyone here knows better / What I once refused to beIs everything they long together / I'd rather be alone".




Um trabalho competente e bem feito, inspirado e nem tanto ambicioso. Que prefere apostar em músicas que são pontuais e gostosas de ouvir. Nada mais certo, depois de fazerem um álbum tão fantástico como o foi o anterior a esse novo. Resta esperar qual a próxima cartada desses franceses que mostram cada dia mais estarem num nível acima. Por enquanto, a jogada é mostrar que eles ainda estão com as cartas na mão. Nesse meio tempo ninguém é mais cheio de marra que eles.

Gosto: Muito bom.


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Os vampiros que não tem medo do sol.

Fazendo um sonzinho.
As batidas mezzo africanas, com guitarras eficientes e uma performance bacana ao vivo fazem dos "Vampiros de Fim de Semana" uma rica mistura de experiencias para quem os acompanha. Nascidos no berço de Nova York, conseguiram gravadora e disco em 2006, quando assinaram com a XL Recordings. Veio o álbum de estreia, o fantástico "Vampire Weekend", de 2008. Vou ser honesto o ritmo é contagiante, empolgante e só não dança quem não quer ou tá emburrado.
"Oxford Comma", "A-Punk", "Cape Cod Kwassa Kwassa" são obras primas tão marcantes que logo nos primeiros riffs delas já dá pra saber que a banda é poderosa. E vem outras que endossam o burburinho que eles causaram nas massas cefálicas de muitos pelo mundo afora. "Oxford..." é apaixonante. "Check your handbook / It's no trick / Take the chapstick / Put it on your lips / Crack a smile / Adjust my tie/ Know your boyfriend, unlike other guys."  O que mais acho interessante neles é a forma tão honesta como representam as músicas, as letras tão divertidas e dançantes. É um convite para dançar com os pés, no minimo.
O quarteto de NY é formado pelo vocalista e guitarrista Ezra Koenig, judeu nova iorquino que frequentou a Columbia University, onde se formou em literatura inglesa, pelo guitarrista e vocalista de apoio Rostam Batmanglij, pelo percussionista e baterista Chris Tomson e pelo baixista Chris Baio. O grupo que já tocou nos mais badalados festivais do globo, entre eles o de Glastonbury, Coachella já tá entre as maiores bandas do cenário indie nos dias de hoje. E se observarmos a atenção de todos, o céu é o limite para que é vampiro em NY. E cria canções tão legais, vai!
Em 2010, surge o segundo filho. Uma bela moça na capa e temos "Contra". Nos tophits,  as maravilhosas "Holiday", "Cousins", "Diplomats Son" e "Giving Up The Gun". O album inteiro quando ouvi pela primeira vez, vou confessar: dá vontade de não tirar do repeat mode on. Tem elementos típicos da banda, que aqui viraram marcas registradas. O balaio de ritmos que vão de sintetizadores, chocalhos, percussão, sons africanos e algo primitivo registrado com alegria e sorrisos. A minha do coração é "Cousins". "Interest in colors I discovered myself / If your art life is gritty / You'll be toasting my health / If an interest in coats, / You should be lining the walls. / When your birth right is interest / You could just screw it all." Num dia cinzento, nada como ouvi-la e dar um sorriso. Assim como "Holiday" que é uma graça: "But if I wait for a holiday/ Could it stop my fear? / To go away on a summer's day / Never seemed so clear."as O melhor é que eu ainda não consegui parar de ouvi-la, o que significa. Disco fantástico.
Está pra sair em 14 de maio desse ano, o terceiro. "Modern Vampires Of The City". Se o primeiro single lançado pelos garotos refletir o que está pra vir segura-se ô da poltrona. Vem coisa boa. "Diane Young" é uma das melhores coisas já feitas pela banda. A mais viciante. Pensa em algo que vicia como petit gateau com bolas de sorvete de creme, no meu caso, viciante e irresistível. Segue só o que tem a declarar, sr. Koenig: "Nobody knows what the future holds on /Said it’s bad enough just getting old / Live my life, they say it’s too fast /You know I love the past, ’cause I hate suspense..." Já me tomou de assalto e tá entre as que mais ouço no ranking do meu Last.fm. A música tem muitos dos sons da banda, que aqui toma uma forma mais apoteótica e bonitona. Me amarrei.



Pra deixar aquele gostinho do retorno da banda, no ultimo sábado rolou mais um show da série patrocinado por uma marca de cartões de crédito que sempre bota um diretor de responsa para comandar o show de uma banda as voltas de lançar um album. Foi assim com The Killers, entre outros. Dirigido pelo ator, diretor Steve Buscemi, o protagonista da série "Boardwalk Empire", da HBO, o show foi um espetáculo de primeira, realizado no auditório Roseland Ballroom com a apresentação de mais duas canções do novo albúm: "Obvious Bicycle" e "Everlasting Arms". Boas demais. Vou falar aqui do novo album e o que achei dele. O Vampire Weekend voltou. E quer que você saia da frente.


Vampiros que tocam de fim de semana.


Tá servido?
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Lambida: James Blake - Overgrown

Toca um Raul!
No momento em que volto com esse blog, comecei a ouvir o segundo álbum do jovem promessa James Blake, "Overgrown". Ele faz um certo som de musica eletrônica  aos moldes de um Radiohead misturado com algo próprio e bacana de ver. Seu primeiro álbum  cujo título é seu próprio nome traz canções belas como "The Wilhelm Scream". Aqui temos um misto de belas músicas com um misto de experiencias sonoras dificeis de explicar. Sua forma singela de soltar sintetizadores nas músicas, jogar batidas viciantes faz toda a diferença.
Em "Voyeur", uma das melhores do disco, vamos além do compromisso de ouvir e caimos logo na magia do compositor.  "Cause I am flawed / When I am through those doors / Cause I am flawed / Times unsure / I should do whatever will make you feel secure. " Letras tão dilacerantes quanto impossíveis de não se render a dor que ela transmite. O som dele não empolga com o ritmo, que traz em sua essencia o seu melhor, ser capaz de com um piano e algumas batidas eletronicas, conduzir a lugares inimagináveis. Em "To the last", temos corações partidos lentamente implorando por algo a mais: "To the last / You ans I / If Only". 
Na canção título "Overgrown" é comovente. Achei de arrepiar. Sua voz  tão marcante, dizendo que "I dont wanna be a star / But a stone on the shore." E emenda com a frase lindona: "Time passes in constant state". Outros destaques do album são "I'm sold" e "Digital Lion". Essa última ganhou a presença de Brian Eno numa versão. Poderia ser mais incrível? Tá, veja a letra e se derreta ouvindo a canção. "I will see you probably / And even if you ask right / My heart feels like love / Whispering this in his days / For all feels like mine / Whispering this in his days" . Sem palavras.

Gosto: Excelente.



Fim.

Começar e recomeçar. Sempre demorado para não errar. Sempre lento e impaciente. Começar algo revela nossa disposição em saber o que estamos realmente a fim. Até quando vivemos e vemos que há duas coisas a fazer: Olhar para tudo o que começamos e simplesmente deixar de lado ou ir até o fim, sendo esse fim determinado por nossa vontade, como já trazia a grande obra de Schopenhauer "O Mundo como Vontade e Representação." Nesse fim, venho ressuscitar o blog de coisas que escrevo com mil propostas desde 2010. Três anos se passaram desde o primeiro post e venho postando raramente algo aqui e agora volto com uma proposta diferente. Quero regularmente escrever sobre coisas que me pedem uma opinião. Algo que não caiba em 140 caracteres do meu twitter @henriquevoxx, algo que peça uma analise, mesmo que seja de um pouco mais dos já citados caracteres. Quero colocar pra mim mesmo esses eventos. Quero compartilhar, mas acima de tudo quero escrever algo que eu possa ler um dia e saber o que se passou.
A vida é cheia de maneirismos. Cheio de esquizofrenias. Cheio de medos e pavores. Até quando o mundo nos põe sob a perspectiva do fim tudo fica mais gelado e mais necessário. Usamos nossos sentidos para algo que vai além do que pode ser representado. Fugimos, nos escondemos, erramos, e no limite da estrada olhamos ao redor pedindo um pouco de sentido. O sentido está no começo dos nossos atos, das nossas ações. Por isso, chega de bancar o tolo, o bobo. Comece a agir de acordo com o que realmente queremos, ou chegaremos um dia num estágio em que tudo ao redor não fará sentido. Como num carro em alta velocidade. Para chegar a esse nível, ele toma gradativamente uma velocidade maior. Até se ver desgovernado e incapaz de desviar a mil por hora.
O que quero aqui é dizer que não dá para ignorar o que acontece. Reduzi-los a uma perspectiva e ignorar todo o resto. Temos que ser meticulosos e evitar erros. Penteie o cabelo, arrume a gravata. Abre o blog e tente entender o que acontece com o mundo. Se você não entender o que acontece aqui, tente. Eu não vou complicar. Isso não é um blog público ou direcionado a convencer ninguém. Isso é pessoal. Não posso ignorar o mundo. Isso tá intrínseco demais. Os ponteiros rodam. A mãe alimenta o filho. Alguém corre para se exercitar. A manhã traz o sol novamente. Até o dia em que ele se esconder de nós mesmos. Até chegar nosso fim.