sábado, 13 de julho de 2013

Who is Bowie?

Nos olhos de uma lenda.

Ao analisar por meio de textos, reportagens e biografias a obra de David Bowie, para compor esse post, senti que estava fazendo algo incompleto. Me pus a ouvir todos seus álbums para poder defini-lo da melhor maneira possível. Sua grandeza não se encontra simplesmente nas suas apresentações lendárias, na sua aparencia e modo como trouxe a tona o visual como um instrumento para criar um espetaculo a parte nos shows impecaveis que viria a fazer nos anos 70 e 80. Sua imagem iconica seja na figura dos seres Ziggy Stardust ou na de Alladdin Sane, tão importantes para definir uma era da música e das décadas, apenas incrementava a genialidade que se transpunham nas músicas que criava então. Bowie é conhecido por não gostar de ser chamado de "inteligente" ou "intelectual", numa clara demonstração de humildade talvez, ou mais precisamente de uma persona que é capaz de ser que é, sem precisar de rotulos ou elogios para ser o grande músico. As parcerias que teve durante os anos, seja na tão bem sucedida trilogia de Berlim, no qual vivenciou incriveis experiencias na capital alemã, ao lado do produtor Brian Eno, ou até mesmo na que teve inicio em "Space Oddity", ao lado do produtor de longa data Tony Visconti e que durou por durante boa parte de sua longa discografia, ajudaram a experimentar diferentes formas de sons e música. Que não somente o faria alcançar o sucesso, como conduziria a maneira o rumo da música dos anos que estariam por vir.

A base de sua capacidade de nos surpreender vêm no ritmo de seus experimentos músicas que trazia um misto de combinações fascinantes aos ouvidos, capazes de nos fazer perguntar: O que isso tudo significa? Mas de algum modo significava o talento nato expresso nas canções. Seu primeiro single de sucesso, "Life on Mars?", do disco "Hunky Dory" (1971), ao trazer o folk, em meio a pianos que deslizam suavemente até crescer meteoricamente em um som singelo e belo. O perfeito modo de se exemplificar sua genialidade vem a seguir em canções como a imensa "Starman", do disco que o tornou célebre, o inicio de sua fase andrógina, "The Rise and Fall Of Ziggy Stardust And the Spiders From Mars" (1972), acompanhada pelas guitarras de Mick Ronson, companheiro de longa data de Bowie. Um hino sem sombra de dúvida. Ao perambular por esses sons, paro para observar o fato de que são eternas pela forma como as fez, canções com uma identidade própria, numa mistura ritmos majestosos e que impressionam.


Sua imensa discografia daria um bom post aqui, e que até posso vir a fazer, mas preciso ater ao minha proposta aqui hoje. O álbum Reality (2003), seria o ultimo do músico em dez anos, por ocorrencia de uma parada cardíaca que sofreu em 2004, o que o fez dar uma abrupta pausa em sua vida e uma reavaliação de suas prioridades, o que muitos fãs e mídia suspeitavam ser sua aposentadoria. Nada. Ele retorna agora em 2013, após ter permanecido por dois anos na surdina, e forçando todos ao seu redor no processo de criação do álbum, gravação chamar toda a operação de "O segredo". Em telefone, conversas e cotidiano das pessoas envolvidas. No seu aniversário, no dia 8 de janeiro, surgiu a noticia abrupta e inesperada que causou um espanto tremendo em todos. Bowie vai lançar novo álbum. E será em março. Ponto final. Bowie quis fazer o mistério todo para livrar todo o processo de expectativas. O primeiro single foi lançado no seu aniversário, a nostálgica "Where Are We Now?", junto do nome do novo álbum, "The Next Day". O que esperar desse retorno depois de dez anos. A surpresa que todos estaria para receber, eu vindo do futuro vou dizer aqui antes de tudo, é um disco que nunca soou tão original, atual e antigo na mesma dosagem, sem soar antiquado e sem ser pretensioso. Em outras palavras, um disco que mostra o quão vivo Bowie está.


Num belo misto de guitarras sonoramente delirantes e sons que trazem as loucuras e alienações de outrora, o novo disco de Bowie, "The Next Day" é um belo recorte de canções que atormentam e acalmam. Um bom momento para o músico que dá a volta por cima com tudo. O que é mais bacana é poder perceber a energia incrivel que ele despeja com uma vivida voracidade que não deixa de impressionar por um segundo sequer. Na linda e rockeira "The Stars (Are Out Tonight)", um hit daqueles que não tem como deixar escapar. É viciante na medida certa. A letra é outro amor a parte. Segue vendo: "(...)Waiting for the first move. Satyrs and their child wives. Waiting for the last move. Soaking up our primitive world. Stars are never sleeping. Dead ones and the living." E continua na esperança eterna do desejo. "And they know just what we doThat we toss and turn at night. They're waiting to make their moves. But the stars are out tonight" Outras diversas canções do album se mostram incriveis, como as batidas viciantes de "Love is Lost", e nas deliciosas letras dela. "Say hello to the lunatic men. Tell them your secrets. They’re like the grave. Oh, what have you done? Oh, what have you done? Love is lost, lost is love". A minha favorita ainda consegue ser outra. A faixa-titulo "The Next Day", de acordo com o produtor de longa data de Bowie, Tony Visconti, que assina esse album, a faixa nasceu assim como boa parte de outras musicas do album, de livros de historia medieval inglesa, disse ele numa entrevista a Rolling Stone. O refrão aterrorizante traduz bem o quão influenciaram os livros. "Here I amNot quite dying. My body left to rot in a hollow tree. Its branches throwing shadows. On the gallows for me. And the next day. And the next. And another day.". A romântica "Valentine's Day" é outra que me lembrou um pouco a fase do disco "Heroes" e cria um som com uma roupagem nova, numa composição bem acabada.

Bowie congelando em Nova York.

Mas talvez, por trás de todo o álbum, a bela "Where Are We Now?", é a que explica não só a fase do músico como a sua disposição em gravar esse disco. Olhando os mortos e vivos que passaram e não se encontram mais. Os momentos e experiencias que trazem a ele ao período em que ao lado de Brian Eno estiveram em Berlim gravando o que seria uma trilogia de álbuns, "Low" (1977), "Heroes" (1977) e "Lodger" (1978) Seja os discos gravados na época que redefiniram sua carreira, em meio a todos os experimentos sonoros foi um dos maiores percursores de uma música eletrônica que continuamente viria a influenciar o que seria produzido de rock e até mesmo no gênero pop da época. Esse período parece estar entre aquilo que mais sente recordações. O que pode ser notado inclusive pela capa do disco "The Next Day", uma copia do seu album da época, "Heroes", com uma faixa branca contendo os dizeres do titulo. Foram momentos de redefinição de si mesmo e de sua carreira. As letras da canção trazem bem isso. "Twenty thousand people. Cross Bose Brucke. Fingers are crossed. Just in case. Walking the dead. Where are we now?" E ao final dela, ele traz talvez aquilo que parece definir o que no derradeiro das coisas o que mais vale a pena, pode saber que sempre haveria a esperança e o sentimento de missão reconfortante de que tudo valeu a pena. "As long as there's sun. As long as there's rain. As long as there's fire. As long as there's me. As long as there's you."

O grande Bowie inspirou diversos músicos e bandas. Inventou novos generos musicais (Entre eles, além do mergulho na música eletronica que deu nos anos de Berlim, o "new wave" e o "new romantic" das fases do inicio dos anos 80, o folk psicodélico e as batidas africanas.). Foi o icone visual de uma geração e continua causando ainda em 2013. Um daqueles músicos para se reverenciar. Já que sempre haverá um espaço para o fazermos. Fica a minha torcida para que escreva mais album, já que não fará turnês e nem promoção do novo album, ficamos na expectativa.

Vários BOWIES...



Saxofone e Bowie. 

Bowie fazendo a maquiagem que seria capa do seu icônico álbum, "Alladdin Sane"

O andrógino e extraterrestre Ziggy Stardust. Um ser plastico e artístico.







O pequeno David Robert Jones.  Mal sabia que seria uma lenda da música.




Relampago! Na capa do disco "Alladdin Sane"

E seu mais novo disco, na integra.




O magro Bowie em seus tempos de Ziggy.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

29 de Outubro. O quarto disco do Arcade Fire a caminho.

Mistério. O que essa foto diz sobre o novo Arcade Fire.


Em resposta a um fã no twitter, a mega banda interplanetária do Canadá, o Arcade Fire divulga a data em que o novo álbum ainda sem nome chega entre nós. 29 de Outubro. Save the date. Dedos cruzados.

O novo disco conta com a produção de James Murphy, o dandi ex-lider da extinta banda LCD Soundsystem que vos meces bem sabem de cor e saltiado. Eles veem trabalhando no novo disco em Nova York no DFA Studios.

Oremos.

Segue o tweet revelador. 10/29.


quinta-feira, 11 de julho de 2013

O Yeah Yeah Yeahs descobre o cálice sagrado.

Some sun has got to rise...

No one can see where's the YYY in this picture. They're on the top.
Karen O vendo as formiguinhas do topo.


O trio cool de Nova York nunca esteve tão bem. E não falo do momento lindo da banda mais incrível e eletrizante do cenário musical dos últimos tempos. A história que vou contar aqui tem a ver com um misto de coisas. Começa com a garota atrevida e (sapeca?) Karen O, que ao se juntar com seu amigo de longa data Nick Zinner fomentam a ideia de formar uma banda, que só acontece em 2000 quando se unem ao baterista Brain Chase. Zinner, tecladista e guitarrista, se dedicou no inicio quando conheceu Karen O, de aulas de jazz em um conservatório a shows em bares de Nova York. O que viria depois, ao se unir a banda, passa por apresentações abrindo para gente como The Strokes e The White Stripes. A chance de lançar o primeiro disco veio a tomar forma em 2003, com o lindão Fever To Tell, um daqueles discos de estréia que parece coisa de gente grande. A recepção da critica não poderia ser outra se não de veneração a surpresa incrivel que se revelava. Pra sentir o clima, o disco foi eleito pela NME como o numero 5 numa lista dos maiores álbuns da década. Os dois singles do disco, "Y Control" e "Maps" são duas obras primas. E ainda estamos no primeiro album. Vesh.

O segundo disco "Show Your Bones" (2006) mostrou o vigor que parecia ali não acabar. "Gold Lion", o primeiro single do album é uma pancada de ritmos, e o que sobra é um hit dificil de abandonar. Foi eleito pela NME como o segundo melhor disco daquele ano. O sucessor de "...Bones", "It's Blitz!" (2009) é um estrondo. A banda aposta em canções mais rápidas e diretas. A guitarra ganha um lugar maior e as letras cada vez melhores. Os singles "Zero", "Heads Will Roll" e "Skeletons" dão uma dimensão do impacto que as canções que vão de desilusões amorosas a solidão podem surtir numa mescla de batidas, sintetizadores e guitarras. O tamanho da banda no cenário indie que ja era grande passa a invadir aos poucos o mainstream, sem perder a ternura.

E eis que em 12 de abril desse ano, a mocinha bem comportada (sic) Karen O junto de seus fellows lançam seu mais novo album, o (nojento?) "Mosquito", com uma capa mostrando um mosquito gigante segurando um bebê, bem trash por sinal. E o que deu pra perceber ouvindo o álbum inteiro é uma busca pelo cálice sagrado, por um caminho diferente do então tomado pela banda. Soa divertido, inspirador e eletrizante. Em outras palavras, nada realmente muda no contexto de qualidade que eles já vinha trazendo. Vai do punk, como nas canções "Area 52", que revela o verdadeiro desejo de O: "I wanna be your passanger. Take me as your prisoner. I wanna be an alien. Take me please, oh alien." E se o bizarro e o clima de filmes B não te convenceu do espirito da empreitada, eis que eles trazem a faixa titulo "Mosquito" com um refrão suspeito:  "Mosquito sing, mosquito cry. Mosquito live, mosquito die. Mosquito land on your neck. Mosquito drink whatever's left. He'll suck your blood!" No clima de filmes B, não há outra se não se render a divertida proposta de Karen O para nós humanos. Mas talvez a melhor faixa do disco não tenha nada a ver com esse clima estranho. "Despair" é, digamos, o que mais se aproxima da majestosa "Maps", faixa do primeiro album. Segue só na letra e vê se não tem como não se emocionar: "My sun is your sun. Your sun is our sun... Oh despair, you were there through my wasted days. You're there through my wasted nights. You're there through my wasted years. You're there through my wasted life. You've always been there. (...)" E durante o disco, logo depois da faixa agitada "Buried Alive", vem uma outra canção deliciosa chamada "Always", que é acompanhada de batidas em tambores e chocalhos, com a voz de O no fundo dando um climão bonito. Logo depois dessa faixa vem a linda "Despair", meio que preparando nossos ouvidos. É ISSO O QUE CHAMAM DE EXPERIENCIA MUSICAL? Uau. Sem mais.

Karen O definitivamente parece nos mostrar ter encontrado o cálice sagrado. De longe uma das melhores bandas da atualidade criando canções que te fazem rir, chorar e dançar. Quer mais?

Lindo vídeo clipe cujas fotos que abre esse post, da linda canção de "Mosquito" gravada no topo do Empire State Building, "Despair"...

Karen O aonde o King Kong já esteve um dia.


...Karen O sendo ela mesma. 





Extra: A banda acaba de anunciar show no Brasil dias 3 e 9 de novembro, num festival patrocinado por um banco. Os shows serão em Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Esperando muito noticias sobre um em São Paulo. Ao vivo, eles arrebentam, acredite.

Na ordem, respectivamente, os Yeah Yeah Yeahs: Brian Chase, Karen O e Nick Zinner.


- Segue as últimas performances da banda ao vivo em festivais nesse ano. Karen O linda.


Coachella 2013.

Festival Vive Latino 2013 (Cidade do México)

"Under the Earth", no "Later with... Jools Holland" (BBC)


Capa da New Musical Express, divulgando o disco abaixo...

- O novo disco, "Mosquito"...




Karen O bem mosquita.

Pearl Jam lança "Mind Your Manners"... Os garotinhos de Seattle ainda fazem barulho.


I want to say yeah. Mind your manners...

Capa do novo álbum da banda.

O que dizer de uma banda que faz sucesso por três gerações? O Pearl Jam consegue a façanha de arrebatar uma multidão imensa como se viu recentemente no Lollapalooza Brasil e Chile juntando tiozões e adolescentes. E como eles próprios já haviam dito, havia bolo no forno.

E o bolo está pra sair... o novo disco vai ser chamar "Lightning Bolt" e pelo que foi divulgado hoje pela banda vai sair em 15 de outubro, com direito a um aperitivo que acaba de sair para aguçar os fãs. O primeiro single, "Mind Your Manners" é uma pancada hardcore de um estilo que lembra os tempos do álbum "Vitology", mas incrementa um espirito rejuvenescido de uma banda que tem história. 

O guitarrista Mike McCready disse ao site GrungeReport que se orgulha das composições feitas pela banda nesse novo álbum e que "Algumas faixas são fantásticas. É uma mistura de U2 e uma coisa à la Pink Floyd". Se formos nos basear nessa primeira amostra, o novo disco "Lighning Bolt" fara com certeza algum barulho. O álbum sucede o anterior, "Backspacer", de 2009.

Há duas semanas atrás, a banda iniciou uma contagem regressiva em seu site indicando que algo estava por vir. De inicio, a surpresa era a turnê americana que deve começar em outubro. E a surpresa não pararia por ai, já que se deu inicio a uma nova contagem regressiva que foi revelada hoje. 

Resta saber o que a turma de Eddie Vedder, McCready e companhia tem a nos reservar... 
Pelo som que saiu hoje, é coisa boa.




Go to Heaven.
That's right.
How do you like it.
Live in Hell.




Save the date: 15 de outubro.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

O Beady Eye renasce.

Liam é o marrento da família? Que nada, ele só não toma Guinness. Não curte.


Logo após o rompimento da sua mega banda Oasis, o encrenqueiro Liam Gallagher não perdeu tempo e correu para lançar sua nova banda, o desconhecido Beady Eye, que na realidade é formada pelos mesmos integrantes da sua antiga banda no periodo 2000 a 2009. Gem Archer e Andy Bell nas guitarras. O baterista Chris Sharrock trabalhou com o Oasis entre 2008 e 2009. Outras participações no BE que surgem são Jeff Wooton nos baixos e Matt Jones nos teclados. Essa turma lança seu album de estréia em 28 de fevereiro de 2011, o fraco "Different Gear, Still Speeding", que não chama muita minha atenção, apesar da minha vontade de acreditar no projeto, o resultado é um disco sem ingredientes e atrativos. Os singles "Bring the Light", "The Roller" e "Four Letter Word" não emplacam e tudo parece meio nebuloso para os britânicos, que outrora dominara o mundo com o opulente Oasis.

Enquanto isso, Noel Gallagher, seu irmão-rival, lança seu High Flying Birds, com canções majestosas e um lançamento incrementado da melhor maneira possível, do extra que vem na versão special edition do primeiro album de estréia que achei barbaro, aquele documentário de aproximadamente trinta minutos com Noel contando como desenvolveu o album do High Flying Birds, a propria postura muito mas sóbria. Como competir com seu irmão? Como criar belas canções como nos antigos anos 90 e do britpop?

A resposta está no produtor cabeça Dave Steik. O mesmo cara que deu vida a discos legais de gente como Yeah Yeah Yeahs, TV on the Radio e Jane's Addiction. O sujeito deu uma roupagem TOTALMENTE nova a banda londrina e encorpou o visou e endireitando as coisas que estavam desconexas como o cronograma de divulgação do segundo album, as canções agora são tão boas como nos tempos de Oasis e mostra um líder - o mesmo de sempre- Liam, que apesar dos desaforos que solta a meio mundo, tá parecendo levar mesmo a sério a empreitada, algo como 100%, o que é sempre legal de ver.

O primeiro single do disco novo, "Second Bite of the Apple", começa com sons intimistas levado por baterias secas tocadas ao fundo enquanto Liam solta as primeiras letras e o refrão bem bolado. "Shake my tree where’s the apple for me. Tickle my feet with the enemy. No point laughing if you don’t know why. I phone my love just to hear her smile. The word is up if you’re tough enough." E ainda provoca a moça: "Come on! Show what you love now."

O disco lançado em 10 de junho agora, segue a premissa de uma banda que mostra o quanto quer ser gigante. O ingrediente injetado pelo brilhante produtor do TV On The Radio, faz com que a banda soe ousada como nunca antes o Oasis ousou ser. O som que surge aqui é sinuoso e viciante. Liam, em entrevista a NME, diz que esse é seu melhor trabalho. Sem dúvida, entretanto o que se vê é um momento de tomar notas do que a banda pretende para o futuro. Esse disco soa como uma reinvenção do fraco último disco, o que dá margem para não se criar demais expectativas no que estar por vir. O interessante é o modo como as canções mostram a nova banda. Letras afiadas e bem legais. Em "Face The Crowd", uma das melhores do albúm na minha opinião não quer saber de firulas: "Time to face the people, take a gamble with your pride. Time for living, so take today off, take your turn to hide. It's out of my hands, out of my hands tonight. Time to smash the mirror, turn the tempo upside down. It's out of my hands, out of my hands tonight." Já a faixa que abre o disco, a bela "Flick Of The Finger", só pensa no futuro: "I see the wonder of life and look for the one. Just taking a walk in the sun, in time. In just a second like the ghost of a bad idea. I feel myself getting the fear." E a faixa termina com um belo discurso sobre a humanidade. Nada mais eloquente.


O artista mais foda do mundo?

E no fim o que temos é uma banda nova com integrantes de uma banda antiga que já dominou o mundo. O que importa como Liam Gallagher, o líder que odeia rotulos, é curtir os shows, a estrada e não se ater a dinheiro como cita diversas vezes nessa entrevista que já citei que ele deu a NME no mês passado. Não importa se colocaram ele para tocar as 11 da manhã no megalomaniaco festival Glastonbury, enquanto ainda tem um pessoal nas barracas acordando para se dirigir aos palcos. (O que apesar de tudo ele disse ter sido um dos melhores show de sua vida, e o que pôde ter sido correspondido pelos fãs que elegeram o show o melhor do festival, publicado na última edição do seminário britanico. O que representa o novo Beady Eye é a promessa de ser algo não maior que o Oasis, grande banda do britpop, mas uma banda "muito legal" que o antigo vocalista daquela banda tocou quando se separou dela.

Um Liam. Muitos Liam. AT GLASTONBURY FESTIVAL 2013.









O tal do disco da turma...



Até.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Avisa o vizinho, o Franz Ferdinand voltou.

Ser ou não ser, eis a questão, né não Kapranos...

Alex Kapranos arregalando os olhos em sua cama no primeiro vídeo de divulgação do novo album.
Alex Kapranos fã de morangos tocando seu som numa sussa.
Alex Kapranos pregando um culto e abençoando os fiéis com algum hino dançante.

Pois bem, o Franz Ferdinand está de volta. E com esse retorno, nada de baboseiras e firulas. Simples e direto como o título do novo disco já entrega, "Right Thoughts, Right Words, Right Action" é o quarto da linha sucessória de uma discografia abençoada (é Irmã Zuleide do Facebook confundindo as ideias, hehe). E como quem espera, dorme de pé (?) eles acabaram de lançar dois singles e espera que você curta e dance. Não nessa ordem necessariamente, mas tudo bem. A primeira é "Right Action", carro-chefe aparentemente do disco e "Love Ilumination", bem legal e contagiante. Nada como estar no periodo de lançamento de disco do Franz Ferdinand, já dá vontade de dançar...



Sabe assim, como um relógio? O novo Queens Of The Stone Age sendo malvado.

Josh Homme contando as horas para lançar o disco que pode definir a trajetória da banda.
No Lollapalooza Brasil 2013: primeira aparição de "My God Is The Sun" para o mundo.

Novo visual: Josh Homme faz careta. Foto tirada do The Guardian


Nessa altura do campeonato, não dá mais para vir com essa de que outra coisa é mais importante em 2013 do que a banda de Josh Homme e companhia. O Daft Punk domina geral as noticias, mas ao ouvir pela primeira vez o novo albúm que lançaram mês passado, o que fica é minha cabeça girando pensando em alguma maneira de evitar alguma avaliação de "...Like a Clockwork.", o tal novo albúm que antecede o maravilhoso "Era Vulgaris", de 2006. São sobressaltos que vem e vão quando o resultado definitivamente é significativo para a banda que surgiu em 1997, formada em Palm Desert, California.
O melhor momento da banda talvez, que já se depara com uma carreira de 20 anos de estrada. Não só popularizaram um ritmo de rock mais encorpado cheio de riifs marcantes e pesado, mais conhecido como "storner rock". Desde que lançaram o primeiro disco, "Rated R", houveram mudanças significativas na banda. Saíram alguns, como o baixista confusão Nick Oliveri, entraram outros como Dave Grohl que assumiu as baterias por um periodo em 2002, e o que fica é uma banda que chega no seu quinto album com cara de grande banda. Talvez maiores que suas ambições, prova unica do grande esforço que fazem em serem uma banda de rock com boas canções no curriculo. São, inegavelmente uma banda de hits. Por isso, ir em um show com eles é se render ao absurdo que tomam o palco com a incrivel habilidade de causarem e oferecerem sacadas ironicas de Homme e puro rock de primeira. Sem firulas.

Em "...Like Clockwork", eles contam com a parceria de gente do calibre de Trent Reznor (Nine Inch Nails), Elton John, Alex Turner (Arctic Monkeys), Jake Shears (Scissor Sisters). Além dos regressos Dave Grohl e Nick Oliveri que participaram do disco. O resultado (ufa!) é o que eu posso chamar de um banho de extase e incomum senso de ousadia. A espussura e o que pode ser finalmente tocado pelos sentidos beira a um som tão caracteristico deles desde sempre como as guitarras com riffs inacreditáveis de Troy Van Leeuwen e belos momentos em que Homme se rende a composições e ritmos magicas feitas ao lado de Elton John, Trent Reznor, Nick Olivieri e Mark Lanegan em "Fairweather Friends", por exemplo. O disco numa analise ampla faz o mais estasiado possivel de nós que ouvimos por 46 minutos, 10 canções que vão além do lugar comum e entrega ao esperado produto uma viagem inesquecivel e recompensante numa mistura de pura liberdade criativa perceptivel por entre os envolvidos, que por sinal aparentemente se deram de corpo e alma para dar vida ao mais legal (titulo já garantido?) CD (LP, mp3, album o que quiser) do ano.

Nada fica de fora num disco tão legal como esse do QotSA, que não só nos permite ama-los ainda mais, como fica na cabeça músicas que podem ser cantaroladas sem culpa ou prescrição. Como na já citada faixa "Fairweather Friends", Homme solta essa: "Is there anyone out there? Or am I walking alone? When I turned around and found that you'd gone before. The first rain could fall." Ou no single lançado antes, a barulhenta "My God is the Sun" que quer nos mostrar nossa pequeneza nesse mundo cruel. "I don't know what time it was. I don't wear a watch. So good to be an ant who crawls. Atop a spinning rock." Letras afiadas e vontade de fazer barulho. O Queens Of The Stone Age só quer impressionar. E com certeza, Se conseguiu...





Daqueles discos para pregar na parede de nossos alegres ouvidos, seja aos berros acompanhando o belo Josh Homme ou até mesmo arriscando uma guitarra imaginaria aos prantos discretamente sob as pernas. Um puta disco.