segunda-feira, 8 de julho de 2013

O Beady Eye renasce.

Liam é o marrento da família? Que nada, ele só não toma Guinness. Não curte.


Logo após o rompimento da sua mega banda Oasis, o encrenqueiro Liam Gallagher não perdeu tempo e correu para lançar sua nova banda, o desconhecido Beady Eye, que na realidade é formada pelos mesmos integrantes da sua antiga banda no periodo 2000 a 2009. Gem Archer e Andy Bell nas guitarras. O baterista Chris Sharrock trabalhou com o Oasis entre 2008 e 2009. Outras participações no BE que surgem são Jeff Wooton nos baixos e Matt Jones nos teclados. Essa turma lança seu album de estréia em 28 de fevereiro de 2011, o fraco "Different Gear, Still Speeding", que não chama muita minha atenção, apesar da minha vontade de acreditar no projeto, o resultado é um disco sem ingredientes e atrativos. Os singles "Bring the Light", "The Roller" e "Four Letter Word" não emplacam e tudo parece meio nebuloso para os britânicos, que outrora dominara o mundo com o opulente Oasis.

Enquanto isso, Noel Gallagher, seu irmão-rival, lança seu High Flying Birds, com canções majestosas e um lançamento incrementado da melhor maneira possível, do extra que vem na versão special edition do primeiro album de estréia que achei barbaro, aquele documentário de aproximadamente trinta minutos com Noel contando como desenvolveu o album do High Flying Birds, a propria postura muito mas sóbria. Como competir com seu irmão? Como criar belas canções como nos antigos anos 90 e do britpop?

A resposta está no produtor cabeça Dave Steik. O mesmo cara que deu vida a discos legais de gente como Yeah Yeah Yeahs, TV on the Radio e Jane's Addiction. O sujeito deu uma roupagem TOTALMENTE nova a banda londrina e encorpou o visou e endireitando as coisas que estavam desconexas como o cronograma de divulgação do segundo album, as canções agora são tão boas como nos tempos de Oasis e mostra um líder - o mesmo de sempre- Liam, que apesar dos desaforos que solta a meio mundo, tá parecendo levar mesmo a sério a empreitada, algo como 100%, o que é sempre legal de ver.

O primeiro single do disco novo, "Second Bite of the Apple", começa com sons intimistas levado por baterias secas tocadas ao fundo enquanto Liam solta as primeiras letras e o refrão bem bolado. "Shake my tree where’s the apple for me. Tickle my feet with the enemy. No point laughing if you don’t know why. I phone my love just to hear her smile. The word is up if you’re tough enough." E ainda provoca a moça: "Come on! Show what you love now."

O disco lançado em 10 de junho agora, segue a premissa de uma banda que mostra o quanto quer ser gigante. O ingrediente injetado pelo brilhante produtor do TV On The Radio, faz com que a banda soe ousada como nunca antes o Oasis ousou ser. O som que surge aqui é sinuoso e viciante. Liam, em entrevista a NME, diz que esse é seu melhor trabalho. Sem dúvida, entretanto o que se vê é um momento de tomar notas do que a banda pretende para o futuro. Esse disco soa como uma reinvenção do fraco último disco, o que dá margem para não se criar demais expectativas no que estar por vir. O interessante é o modo como as canções mostram a nova banda. Letras afiadas e bem legais. Em "Face The Crowd", uma das melhores do albúm na minha opinião não quer saber de firulas: "Time to face the people, take a gamble with your pride. Time for living, so take today off, take your turn to hide. It's out of my hands, out of my hands tonight. Time to smash the mirror, turn the tempo upside down. It's out of my hands, out of my hands tonight." Já a faixa que abre o disco, a bela "Flick Of The Finger", só pensa no futuro: "I see the wonder of life and look for the one. Just taking a walk in the sun, in time. In just a second like the ghost of a bad idea. I feel myself getting the fear." E a faixa termina com um belo discurso sobre a humanidade. Nada mais eloquente.


O artista mais foda do mundo?

E no fim o que temos é uma banda nova com integrantes de uma banda antiga que já dominou o mundo. O que importa como Liam Gallagher, o líder que odeia rotulos, é curtir os shows, a estrada e não se ater a dinheiro como cita diversas vezes nessa entrevista que já citei que ele deu a NME no mês passado. Não importa se colocaram ele para tocar as 11 da manhã no megalomaniaco festival Glastonbury, enquanto ainda tem um pessoal nas barracas acordando para se dirigir aos palcos. (O que apesar de tudo ele disse ter sido um dos melhores show de sua vida, e o que pôde ter sido correspondido pelos fãs que elegeram o show o melhor do festival, publicado na última edição do seminário britanico. O que representa o novo Beady Eye é a promessa de ser algo não maior que o Oasis, grande banda do britpop, mas uma banda "muito legal" que o antigo vocalista daquela banda tocou quando se separou dela.

Um Liam. Muitos Liam. AT GLASTONBURY FESTIVAL 2013.









O tal do disco da turma...



Até.

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