quinta-feira, 11 de julho de 2013

O Yeah Yeah Yeahs descobre o cálice sagrado.

Some sun has got to rise...

No one can see where's the YYY in this picture. They're on the top.
Karen O vendo as formiguinhas do topo.


O trio cool de Nova York nunca esteve tão bem. E não falo do momento lindo da banda mais incrível e eletrizante do cenário musical dos últimos tempos. A história que vou contar aqui tem a ver com um misto de coisas. Começa com a garota atrevida e (sapeca?) Karen O, que ao se juntar com seu amigo de longa data Nick Zinner fomentam a ideia de formar uma banda, que só acontece em 2000 quando se unem ao baterista Brain Chase. Zinner, tecladista e guitarrista, se dedicou no inicio quando conheceu Karen O, de aulas de jazz em um conservatório a shows em bares de Nova York. O que viria depois, ao se unir a banda, passa por apresentações abrindo para gente como The Strokes e The White Stripes. A chance de lançar o primeiro disco veio a tomar forma em 2003, com o lindão Fever To Tell, um daqueles discos de estréia que parece coisa de gente grande. A recepção da critica não poderia ser outra se não de veneração a surpresa incrivel que se revelava. Pra sentir o clima, o disco foi eleito pela NME como o numero 5 numa lista dos maiores álbuns da década. Os dois singles do disco, "Y Control" e "Maps" são duas obras primas. E ainda estamos no primeiro album. Vesh.

O segundo disco "Show Your Bones" (2006) mostrou o vigor que parecia ali não acabar. "Gold Lion", o primeiro single do album é uma pancada de ritmos, e o que sobra é um hit dificil de abandonar. Foi eleito pela NME como o segundo melhor disco daquele ano. O sucessor de "...Bones", "It's Blitz!" (2009) é um estrondo. A banda aposta em canções mais rápidas e diretas. A guitarra ganha um lugar maior e as letras cada vez melhores. Os singles "Zero", "Heads Will Roll" e "Skeletons" dão uma dimensão do impacto que as canções que vão de desilusões amorosas a solidão podem surtir numa mescla de batidas, sintetizadores e guitarras. O tamanho da banda no cenário indie que ja era grande passa a invadir aos poucos o mainstream, sem perder a ternura.

E eis que em 12 de abril desse ano, a mocinha bem comportada (sic) Karen O junto de seus fellows lançam seu mais novo album, o (nojento?) "Mosquito", com uma capa mostrando um mosquito gigante segurando um bebê, bem trash por sinal. E o que deu pra perceber ouvindo o álbum inteiro é uma busca pelo cálice sagrado, por um caminho diferente do então tomado pela banda. Soa divertido, inspirador e eletrizante. Em outras palavras, nada realmente muda no contexto de qualidade que eles já vinha trazendo. Vai do punk, como nas canções "Area 52", que revela o verdadeiro desejo de O: "I wanna be your passanger. Take me as your prisoner. I wanna be an alien. Take me please, oh alien." E se o bizarro e o clima de filmes B não te convenceu do espirito da empreitada, eis que eles trazem a faixa titulo "Mosquito" com um refrão suspeito:  "Mosquito sing, mosquito cry. Mosquito live, mosquito die. Mosquito land on your neck. Mosquito drink whatever's left. He'll suck your blood!" No clima de filmes B, não há outra se não se render a divertida proposta de Karen O para nós humanos. Mas talvez a melhor faixa do disco não tenha nada a ver com esse clima estranho. "Despair" é, digamos, o que mais se aproxima da majestosa "Maps", faixa do primeiro album. Segue só na letra e vê se não tem como não se emocionar: "My sun is your sun. Your sun is our sun... Oh despair, you were there through my wasted days. You're there through my wasted nights. You're there through my wasted years. You're there through my wasted life. You've always been there. (...)" E durante o disco, logo depois da faixa agitada "Buried Alive", vem uma outra canção deliciosa chamada "Always", que é acompanhada de batidas em tambores e chocalhos, com a voz de O no fundo dando um climão bonito. Logo depois dessa faixa vem a linda "Despair", meio que preparando nossos ouvidos. É ISSO O QUE CHAMAM DE EXPERIENCIA MUSICAL? Uau. Sem mais.

Karen O definitivamente parece nos mostrar ter encontrado o cálice sagrado. De longe uma das melhores bandas da atualidade criando canções que te fazem rir, chorar e dançar. Quer mais?

Lindo vídeo clipe cujas fotos que abre esse post, da linda canção de "Mosquito" gravada no topo do Empire State Building, "Despair"...

Karen O aonde o King Kong já esteve um dia.


...Karen O sendo ela mesma. 





Extra: A banda acaba de anunciar show no Brasil dias 3 e 9 de novembro, num festival patrocinado por um banco. Os shows serão em Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Esperando muito noticias sobre um em São Paulo. Ao vivo, eles arrebentam, acredite.

Na ordem, respectivamente, os Yeah Yeah Yeahs: Brian Chase, Karen O e Nick Zinner.


- Segue as últimas performances da banda ao vivo em festivais nesse ano. Karen O linda.


Coachella 2013.

Festival Vive Latino 2013 (Cidade do México)

"Under the Earth", no "Later with... Jools Holland" (BBC)


Capa da New Musical Express, divulgando o disco abaixo...

- O novo disco, "Mosquito"...




Karen O bem mosquita.

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