sábado, 20 de outubro de 2018

A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Cobertura marota...

*O retorno daquele que não foi.

Pensando na vida: o filme de Desiree Akhavan que está na mostra paulistana.

Em tempos sombrios, somente o cinema pode nos proporcionar um meio de nos afungentar do medo e da dor de sobreviver a realidade. Como já diria o sábio Albert Camus, "Um homem sem memória é um homem sem passado. Mas um homem que não sabe fantasiar é um homem sem futuro". A fantasia sobre a vida nos pede para visualizar o desejo de alimentar os nossos sonhos, é por esse caminho que o cinema e as artes em geral nos convida a alimentar o intelecto e vislumbrar novas possibilidades e oferecer àqueles que o têm, a esperança de dias melhores. Que pode nunca chegar, mas que nos permite ter esperança de acreditar mesmo assim.

E é nesse clima de medo politico que a Mostra Internacional convida as pessoas a acreditar em histórias que vão contra o medo e nos provoca ousádia e esperança. Vou nesse espaço que deixei aos limbos por tempos em tempos, exercitar o meu senso crítico mas acima de tudo dialogar com as obras que vou ver nesse periodo de exibições ininterruptas de filmes. Filmes como "O mau exemplo de Cameron Post", da diretora Desiree Akhavan, "A Favorita", de Yorgos Lanthimos e os politicos "Infiltrado no Klan", de Spike Lee e o brasileiro "Rasga Coração", de Jorge Furtado e diversos outros.

O cinema, como a música e todo o tipo de arte sempre foi espaço para a manifestação de ideiais para um mundo melhor, seja esse um mundo possivel ou aparentemente impossivel. O mesmo Camus em seu livro Le mythe de Sisyphe (1960), já dizia: "L'absurde c'est la raison lucide qui constate ses limites". O absurdo será a razão lúcida que constata os seus limites. Nada passará incolume, intacto e inteiro. O mundo vai mudar e com ele os filmes estão aqui para contestar esse mundo e nos provocar ao pensamento. Essa Mostra vem a nós em um bom momento.