sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Crítica: Argo




Observando de longe, há algum tempo atras, Ben Affleck era um ator mediano e sem muita consistência. Fazia o tipo de um galã que assumia a frente de filmes com pouco conteudo e que não fazia muita a diferença frente as cameras com a atuações que o detacasse. Bem, isso não mudou aqui e nem é algo que veio a melhorar, mas ele cresceu. Não como ator, que venha a ficar bem claro, nada contra afinal tenho por ele grande estima. Apenas o reconheço como um ator bom e regular. Os roteiros fazem a diferença e aqui não quero deixar de fora e nem ao menos ocultar que tendo escrito um roteiro com o também ator Matt Damon,  venceu o Oscar de melhor roteiro original por Gênio Indomável. Sua reputação talvez tenha sido manchado um pouco sua trajetória, ou engrandecido seu leque de experiencias em diversos tipos de generos. Sua ambição talvez sempre esteve enquanto filmava Demolidor - O Homem sem medo ou A Sombra de Todos os Medos. Dois blockbusters que definiram sua filmografia ao lado de outros tantos. Almejava se tornar um diretor de cinema. E se voltarmos àquele Ben Affleck capaz de escrever roteiros oscarizados, não devemos subestima-lo. 

Após dois filmes muito bons. Medo da Verdade (2009) e Atração Perigosa (2010) são duas espécimes que possuem algo de catártico, intrigante e que prende a atenção. Adoro o clima frio e ágil que conduz sua câmera  E aqui em Argo (2012), Ben, ator que atualmente é casado na vida real com a linda atriz Jennifer Garner, vai além de suas ambições, até mesma aquelas suas em que devia pensar enquanto almoçava no seu trailer no intervalo das filmagens de seus antigos blockbusters. A dimensão que seu filme anda tomando pode levá-lo a ganhar o Oscar de melhor diretor ano que vem. E não é pouco. O filme é brilhante. Conta a história de um grupo de diplomatas americanos que escapam da embaixada em Teerã, no ano de 1979 em meio ao tumulto causado pela revolução islâmica no Irã, cuja a causa é a decisão de os Estados Unidos dar asilo ao seu antigo aliado, o xá Reza Pahlavi, despertando o ódio e a fúria de toda a população pelos EUA. Sem ter para onde ir, os diplomatas encontram abrigo as escondidas na embaixada do Canadá. Sob o risco de comprometer o país vizinho, a CIA convoca seu melhor agente para desempenhar o papel de socorrer os diplomatas americanos que ali se viam prestes a serem executados pelo regime de Ali Khamenei, radical que dominou o país. Esse agente interpretado por Ben Affleck tem a ideia de socorre-los fazendo um filme fictício que tenha como cenário o ambiente iraniano, para servir de desculpa para o plano ser posto em prática. Ai é que o filme degringola.
Com uma edição de arte e maquiagem impressionantes, somos tragados para os anos 70 em sua plenitude (desde a trilha sonora, passando de Aerosmith a Led Zeppellin), aos cabelos grandes e costeletas. Tudo nada superficial, mas verossimil. 

A tensão que o diretor Ben Affleck nos causa é sufocante e conduz o espectador a um deslumbre sem precedentes. O contraponto é a história referente a trama de Argo, o filme falso, que traz a tona atores brilhantes como John Goodman e Alan Arkin. O primeiro interpreta o maquiado vencedor de um Oscar, por o Planeta dos Macacos, John Chambers, já Arkin, faz o produtor Lester Siegel. Ambos nos brindam com dialogos hilários sobre a Hollywood que se desdobrava já naqueles tempos. Um humor que não contradiz, nem minimiza a tensão do filme, mas engrandece o filme. 
O ator Ben Affleck agora um dos mais interessantes diretores da nova safra, pode ver sua carreira deslanchar se vencer mesmo o prêmio da Academia ano que vem. Tô gostando do que ando vendo, desejo boa sorte a ele e que faça jus a tanta expectativa que deposito nele. 

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