domingo, 26 de janeiro de 2014

Sinto que eu errei nessa manhã.



Pretendo ser mais prático e suficientemente consciente das coisas de que fazemos durante a vida. Ok, mas há nessas tentativas a certeza de que somos incapazes de sermos emotivos e racionais numa medida equilibrada. Morremos sem durante a vida nesse ou naquele exato momento saber a exata medida do copo. Se estava cheio ou se estava vazio. Se parecia, mas não era. Os apertos no coração pelos erros que nos assombram. Pelo tempo que parecia nos permitir viver mais. Se vivemos demais e exageramos, pelo menos vivemos. Sim, mas não por muito tempo. O fim sempre está próximo do começo mesmo nós não nos percebendo disso.




Sinto um vazio. Por mais que eu conhecesse o terreno, o termo e o tempo, tudo que eu fui saber depois é que eu não tinha noção do que eu dizia. Era tudo tão prático. Gastamos nossos dinheiros cheios de felicidades momentâneas, e quando vemos eram felicidades de duração pífia e mínima. Me consumiu e me abateu como um açougueiro com a carne processada, trazida em caminhões de frigoríficos. Quando o som do martelo, da cutela correndo do braço forte do açougueiro encontrando na carne produzindo um som, uma marca no pedaço do boi e um belo bife servido a mesa nos fins de semana. Era um fim, era conhecido. Estávamos despreparados. Porque fomos tolos e inocentes. Só queríamos ver no que dava.

Quanta presunção. Achar que isso não teria sentido algum. Eu senti bem agora o que eu fiz. Ninguém nunca diria o que teria de ser feito. Eu apenas não fiz. Só não sei porque o meu erro me levou a pensar que eu saberia como preveni-lo. Simplesmente não havia. Era tarde demais. A certeza de que eu estava bem e de que mundos não teriam como me fazer cair e tropeçar. Nem Deus, nem o diabo e nem mesmo a morte. Tudo tão ousado e nem um pouco preparado. Patético, fui descobrir que errei e que errar é humano. Só não é certo que eu não vou errar de novo. O golpe atordoante que sinto só me faz estar zonzo, inebriado e pouco certo se eu tenho jeito. Vamos fazer assim, daqui 10 anos, em 2024, se eu João Henrique estiver vivo poderei ler isso e dizer. Consegui dinheiro para o que eu queria, consegui aquele trabalho e namoradas?

Um adendo qualquer não teria mais importância. Poucos se importam de verdade. Apenas olham e riem. Dão boas vindas e sentem que tiveram grandes experiências. Os bons modos só trouxeram uma etiqueta fraudada. Desqualificada e agora, vai responder as acusações de ter sido pouco atento? Talvez eu precise pensar melhor. Respira melhor. Pensa age agora. Desse instante em diante aprendemos que fomos longe demais e descobrimos pelo menos, por termos tido a oportunidade dada por nos mesmos, de descobrir o que tinha lá longe demais onde muitos pensam duas vezes antes de ir. Eu vi...



...Que o fracasso agora tem um rosto igual de sempre. Não era muito estranho pra mim que já o conhecia de outros más dias. Era um rosto que te faz desacreditar na vida. Um rosto tão cheio e parecido como um pesadelo tremendo que tivemos numa noite qualquer de verão, suando acordado. Vimos (ou melhor, vi, porque nenhum dos que lê isso daqui viu o que eu vi) que não era tão simples assim. Que não era tão glamouroso e grandiloquente nossos sonhos. Que eles teriam de ser reeducados para uma compreensão melhor da vida que teremos. Grandes coisas podem acontecer. Poderemos ser deuses, reis e jogadores de curling, nada pode nos deter. Só tenho que apreender que o que a voz da consciência diz é que temos que nos sentirmos menos e insignificantes até lá. Não reis e deuses sem termos as portas dos céus e do universo. Sem os sapatos de ouro calçado nos pés somos baratas. Isso se quisermos isso mesmo. Podemos nos contentar em comer hot dogs num beco perdido de uma cidade qualquer desse país.  




Nenhum comentário:

Postar um comentário