quinta-feira, 4 de junho de 2015

Sobre o novo Mad Max

*... E por que explodiu minha cabeça


*Clássico dialogo do primeiro Mad Max, de 1979, com Mel Gibson: 
 
Max: I'm scared, Fif. You know why? It's that rat circus out there. I'm beginning to enjoy it.

Fifi: What is this, bonny week?

Max: Look. Any longer out on that road and I'm one of them, you know? A terminal crazy... only I got a bronze badge to say I'm one of the good guys.


"It's that rat circus out there. I'm beginning to enjoy it."

George e seu mais novo pupilo.


Back in 80's. Outro Max ficando louco.

A imperatriz e o seu criador.

Acreditar que o cinema já nos mostrou tudo o que poderia em matéria de criatividade é decorrente da incapacidade de diretores nos mostrarem novas formas narrativas originais de contar história. Pode dar um play em algum blockbuster recente e você verá que as histórias parecem sempre conduzirem para alguma reviravolta que sempre leva aos personagens se revelarem e as cenas de maiores aprofundamento descartadas ou nem ao menos existirem em favor de formulas que todos conhecemos em alguma destruição, desilusão e revelação sobre algum personagem que nos faça mudar as perspectivas das histórias. Existem exceções, apesar do que muitos falam é sempre bom lembrar de um 'A Origem', de Christopher Nolan, ou de 'Birdman', de Alejandro Gonzalez Iñarritu. Com todo respeito a todos os filmes que amo e que possuem outras coisas que merecem serem amados por nós como boa parte dos filmes de super-heróis da Marvel que são realmente muito bons, e que possuem formas incríveis de contarem histórias, nesse momento não consigo amar mais um filme do que 'Mad Max: Estrada da Furia'. Ha algumas horas sai de uma sessão do filme de um shopping. Queria expressar meus sentimentos a essa obra nesse blog pois de outra forma não posso, nem mesmo dizer para amigos que você amou demais esse filme pode ser o bastante. É preciso tentar exprimir em palavras, em letras, em um texto.

O australiano George Miller fez no ano de 1979 seu primeiro sucesso comercial, o primeiro Mad Max, filme que catapultou o ator Mel Gibson ao estrelato. Vieram outros dois filmes, dois sucessos enormes com a participação da cantora Tina Turner no terceiro filme. Mad Max se tornou um personagem cult, popular e mitico. O diretor veio a fazer 'As Bruxas de Eastwick' (1987), um filme com Susan Saradon, O Oleo de Lorenzo (1992) e o sucesso infantil Babe (1998) e a animação Happy Feet (2006) e sua continuação (2011). Nesse meio tempo entre os seus projetos, o diretor já havia feito três roteiros para o que seria uma continuação de seu sucesso inicial, Mad Max. Vinte e cinco anos depois, perdeu o interesse no projeto em 2000. Após dar inicio a pré-produção em 2003, quando anunciou que havia finalizado o roteiro de 'Fury Road' viu diversos empecilhos em seu caminho. As filmagens começaram em 2011. Foram interrompidas devido a problemas climáticos no local onde deram inicio as filmagens, e em 2012 o diretor voltou a filmar agora na Namíbia, mais de 18 meses depois. Outros problemas com grupos de gestão dos locais onde filmavam que acusaram os produtores de danificar o local, fez a produção só voltar a fazer novas refilmagens em 2013. O filme então só agora em 2015 é lançado.

Uma simples critica de 'Fury Road' não cabe por simplesmente não dizer exatamente aquilo tudo o que o filme propõe. Não sou pretensioso por achar que esse texto fará uma resenha brilhante, e mesmo que aqui me dispusesse a escrever seria inevitavelmente afetado pela emoção de ter acabado de assistir e ter achado excelente. Por ser um filme atemporal. Vibrante e extremo. A minha afirmação no titulo desse post pode ser facilmente explicado. Com o uso de tecnologias modernas, entretanto filmando tudo sem truques, com os atores sem firulas no deserto da Namibia, com os tiros e explosões feitos do jeito old-school, aqui o que vemos é uma nova experiência cinematográfica. Essa combinação faz de Mad Max versão 2015 sem a pretensão de ser superior ao original, mas inevitavelmente o é. "É a sensação da câmera baixa. Nossa SUV modificada especialmente para o filme, the Edge, é uma bizarrice, perfeito exemplo combinado do jeito antigo com novas tecnologias. Esse filme tem grandes caminhões monstros e grande, grande veículos arremessando pelo meio do nada. Com a Edge, nos pudemos conseguir a câmera entre todas as coisas, quase dançando bem de perto.", disse o diretor em entrevista a revista Wired. (It’s that low camera feel. Our modified SUV, the Edge, is a freakish, perfect example of combining old-school and new technology. This movie has big monster trucks and big, big vehicles hurtling through the wasteland. With the Edge, we could get a camera in amongst it all, almost dancing it was so close."). 

Tom Hardy proporciona ao seu Max um personagem tão icônico quanto foi um dia Mel Gibson décadas atrás. E a presença de Charlize Theron com seu visual sem cabelos, com a Imperatriz dá a sensação de dor e angustia dos tempos apocalípticos do filme. Nicholas Hoult como o insano Nux consegue a melhor fala do filme, com o visual dos soldados do temido Immortan Joe. "What a lovely day!", exclama ao passar por uma horrenda tempestade de areia.

 


Com um roteiro que trata muito do mundo que estamos vivendo e do temor de um futuro ameaçado pelo aquecimento global, o esgotamento de recursos naturais e a ambição e guerras entre seres humanos, tem muito em Mad Max: Fury Road, de um futuro daqui a 45 anos ou mais potencializado ao extremo. Levado ao maximo, sem nos dar opção de respirar em umas horas que testemunhamos com os nossos olhos.

Belas entrevista feita pelo site Vice com o diretor visionário...




*Clássico dialogo do novo Mad Max: Fury Road, entre a Imperatriz Furiosa (Charlize Theron) e A explendida Angharad (Rosie Huntington-Whiteley).

Imperator Furiosa: How does it feel?

The Splendid Angharad: It hurts.

Imperator Furiosa: Out here, everything hurts. You wanna get through this? Do as I say. Now pick up what you can and run.


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