quinta-feira, 13 de junho de 2013

Aquele dia em que os robôs conquistaram o mundo.

Are u ready for some nice songs and a new record what for god's sake, will be awesome?

Ok, é bem provável que você os conheça, mas até que ponto eles já te convenceram de suas capacidades robóticas de te fazer dançar sozinho num quarto escondido de todo o mundo. Ou mesmo até numa pista de dança, numa festa... ou quem sabe em casa com os amigos, ali com eles tocando uma no som em seus aposentos. Eles a quem me refiro, ou melhor o Daft Punk já virou lenda desde que surgiram em 1997 com seu "Homework". Dos hits como "Revolution 99", "Da Funk", "Around the World" e por ai vai.., eles souberam criar um estilo, gênero e identidade própria numa década que já ficou marcada como o inicio daquelas batidas eletrônicas, talvez até mesmo um ritmo musical que ao lado do pop grudento causou nessa época. Os anos 90 terminariam com dois robôs como grandes promessas e salvação da música. Exagero? Talvez se não formos atentos ao que eles pretendiam com tudo aquilo, vestimentas, capacetes... afinal quem são eles?

A dupla formada pelo luso-francês Guy-Manuel de Homem-Christo e pelo francês Thomas Bangalter se conheceram em 87 em uma escola secundária de Paris, onde se tornaram amigos. Formaram na época ao lado de Laurent Brancowitz, em 1992 uma banda baseada num som mais puxado a guitarra chamada "Darlin'", uma homenagem a canção "Darlin", dos Beach Boys. Ao abrir shows no Reino Unido para o grupo eletrônico Stereolab, eles saíram na Melody Maker da época, que os chamaram de "a bunch of daft punk" (um bando de punks bobos, em inglês). Ao invés de se abaterem ou contestarem, a dupla achou divertida a critica e resolveu, com a saída de Brancowitz da banda, acabou aproveitando oportunidades com a banda Phoenix, mudar e se chamar Daft Punk. Coisas da vida, ironias a parte, a brincadeira só fez a dupla deslanchar ao misturaram sintetizadores e maquinas de ritmos (mais conhecida também como drum machine) num novo formato do ritmo de música do qual haviam fazendo.

O primeiro álbum, "Homework" foi considerado por muitos uma síntese inovadora do techno, house, acid house e estilos de electro, e reconhecido por muitas publicações da época como um dos mais inovadores álbuns dos anos 90. Sempre gostei desse álbum, particularmente dos singles "Da Funk" e "Alive". Vale lembrar que ambos foram os singles de estréia da dupla, que foi ganhando notoriedade no cenário musical até a chegada... de "Discovery", o fatídico segundo e incrível álbum lançado em 13 de março de 2001. O frenesi tava ali, mas o mais interessante foi a recepção. Foi segundo no Reino Unido e já vendeu 2,6 milhões de dólares. Os singles "One More Time", "Aerodynamic", "Digital Love" foram os destaques do álbum que ainda trazia o magnânimo hit "Harder, Better, Faster, Stronger", daquelas que causam estalo em quem ouve pela primeira vez. É puro house e eletrônica, com momentos que intercalam e produzem aquela sensação de gradação nas dimensões da música. As vozes repetindo o título da canção, por eles próprios decodificados em vocoder, para dar aquela aura robótica. Lembrando que Kanye West chegou a fazer uma versão sua desse hit dos franceses, chamada de "Stronger".



Em março de 2005, eles lançaram o meu disco favorito, o "Human After All", daqueles de cabeceira. O poder que eles trazem muitos contestaram. Disseram que o novo disco não soava como o bom e velho Daft Punk. Acho pura besteira, hits como "Technologic", "Human After All" e "The Prime Time of Your Life" são capazes de causar uma boa disposição em dar uma dançadinha. hehe. E como não poderia deixar, "Robot Rock" traz o que o disco de 2005 é: puro rock e minimalismo aliado ao já conhecido som house da dupla. É pura energia em música. Explode e vai tentar não dar uma jogada para o lado. É daquelas canções de virar a cabeça. Quando ouvi na época vi na hora que o som era difícil de entender, eles haviam feito algo muito bom. O trabalho não tem talvez aquela pretensão dos dois discos anteriores, mas causa boas sensações e diverte à baciada. Depois desse trabalho, veio em 2008 a proposta de fazer a trilha sonora do filme "Tron, O Legado", da Disney. O resultado não curti muito, mas tem bons momentos como em "Derezzed", carro-chefe dessa empreitada.

Então chegou o ano de 2013, mais precisamente o fatídico dia 21 de maio, e com ele o novo disco "Random Access Memories". O primeiro em sete anos, é isso mesmo produção?... sete longos anos. E o resultado foi atravessando toda a nuvem de marketing pesado, promessas de que então bateria o insuperável disco do Oasis "Be Here Now", e o single extremamente viciante lançado por eles para a rádio, a deliciosa "Get Lucky", nas vozes de Pharrell Williams um estrondo. Ah e sim, agora boa parte do álbum tem vozes dando uma incrementada. Colaborações do nível de Williams, como já citei, Julian Casablancas, Nile Rodgers, Paul Williams, Todd Edwards e por aí vai. Vale lembrar a faixa incrível em homenagem a Giorgio Moroder, o grande inventor se assim podemos dizer do som eletrônico como conhecemos hoje em dia. Na faixa, "Giorgio by Moroder", ele segue narrando sua vida e sua paixão pela música. Fiquei chocado com a brilhante ideia de homenagear e ao mesmo instante trazê-lo a tona, seu nome e seu legado aos muitos como eu que jamais ouvira seu nome até então. Vou ainda escrever minhas impressões de RAM aqui e prolongar esse assunto.

O que resta a declarar nesse post lindo sobre a dupla mais linda ainda é relembra-los para prosseguir o caminho desse ano em que eles são o assunto. O Daft Punk nesse momento é o que mais se aproxima de tornar esse ano memorável na história da música. A importância do lançamento desse álbum esta toda na carga de expectativa criada, somado ao fato deles possuírem canções que sim podem entrar para aqueles momentos retrô algum dia na história e isso sem contar com o que realmente o novo trabalho deles é de fato: um exercício de como a música é uma daquelas artes onde se pode experimentar o quanto for, que teremos ainda um deslumbre fresco da forma de lidar com os sentidos.

Guy-Manuel e Thomas nas capas da revista desse ano de 2013...oh wait. Oh no.

Rolling Stone

Dazed and Confused

No Japão...
New Music Express
Obsession: close nos rostos, capacetes...

PaperMag: Fofos não?
Wax Poetics


Para promover o RAM, os robôs mostrando sua dominação pilotando na Formula 1...
Ter sorte a noite inteira com os robôs bem vestidos...


- O meu disco favorito dos robôs, "Human After All"... até a chegada de RAM, mas isso é história para outro post.



Os assentos bem ocupados.

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