segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Quando o fogo começa... as pistas tem seu dono: Disclosure.

Donos da festa: os ingleses que revolucionaram a música em 2013. Chupa Daft Punk!
Marca registrada: Os rabiscos nos rostos das pessoas. Cool.


Dificil não reconhecer o Disclosure, a dupla composta pelos irmãos Guy e Howard Lawrence. Talvez não pelos rostos, que raramente são vistos com frequencia, e na maior parte das vezes em videoclipes e imagens ainda é tomada por um doddle que costuma ocupar o rosto deles. Porém com certeza os reconhece pelo som. Seja tocado em algum bar, clube, festa, evento. Aonde quer que vá, o som de "White Noise" (faixa com a presença de AlunaGeorge), "Latch" e "When The Fire Starts To Burn" te fará agitar as pernas de algum modo, dada a puresa do som dançante, que não se entrega aos dupsteps e sons eletronicos comuns nos dias de hoje. A dupla filtra em algo original que remete muito ao som garage inglês datado dos anos 90 e ao hibrido do deep house. As poderosas invenções são capazes de impressionar quem espera por bons momentos para curtir um som dançante, pop e nada apelativo.

A dupla domina o ano de 2013. Lançaram o disco bombado "Settle", foi o nome dos festivais bombados do ano, fizeram remixes de um monte gente bombada e esses fizeram versões das músicas dos caras. Não tem como se sentir indiferente aos caras que simplesmente deixaram Daft Punk e Queens Of The Stone Age atrás dos mais vendidos discos na Inglaterra. Eles sem duvida arrebentaram e isso é somente o primeiro trabalho dos caras. E o que mais surpreende é eles serem tão profissionais no trabalho que fazem.

Lendo a NME que traz os dois sujeitos na capa de setembro desse ano, verifiquei sujeitos tão inteiramente comprometidos com a música, de uma forma tão enormemente intensa que é admirável. Ao entrar para conhecer o local onde fizeram talvez o disco mais sensacional desse ano (e não coisa pouca num ano tão variado como esse), o jornalista se depara com um sótão de uma casa de leilões, onde ali em baixo duas portas surgiram. Uma delas levava ao local onde estavam os dois garotos mais badalados do ano. Em meio a paredes que traziam fotos de Michael Jackson e uma tapeçaria com o disco clássico do Genesis de 1976, "A Trick Of The Tail", disseram entre outras coisas que sobre o sucesso enorme não estão forçando os limites para alcançar o sucesso. Que o que eles fizeram trouxeram "não só a garotada como tiozões de 30 e 40 anos que estão ali curtindo a nostalgia pelo som." Que "acidentalmente atingiu dois públicos".

A revista ainda cita que eles são a cara da renascida cena da música eletronica britanica de garagem, tão vivida nos anos 90. E como nunca antes isso significou algo que possa renascer toda uma geração de música dançante na terra da rainha e no mundo de carona. E isso parte das cabeças geniais dos dois irmãos que mostram algo a dizer. Que não estão nem ai para essa coisa de ser rotulado de "mainstream", ou de que fazem um som pop para as massas. Pelo menos para Guy Lawrence. O irmão que já esteve em uma banda indie, que curte ouvir Foals, Friendly Fires e músicas do genero. E diz: "Posso dizer que a Rihanna é mainstream e posso dizer que somos mainstream, por causa de ambos termos números um no topo. Mas em termos de som, me nego a admitir que somos mainstream, de maneira alguma, jamais" Já o outro irmão Howard, é mais aberto dizendo que "a maioria das faixas do álbum são canções pop. A unica coisa que os diferencia de outras canções pop é por terem sido produzidas com a influencia de house e garage music". Howard é o irmão que prefere muito mais ficar em casa lendo um livro do que ir em um clube, o que soa irônico vindo dos donos das pistas nos dias de hoje. Enquanto ele nem bebe, o seu irmão toma a liberdade de beber, mas quando vai a um clube ambos compartilham de uma unica coisa: vão para assistir performance de DJ's e ouvir a música. Pensa.




O disco dos caras é uma profusão de hits bem costurados, trazendo o que de melhor se pode imaginar do som garage inglês dos anos 90, final dos anos 80. Não tem como não soar nada viciante e delirante. Como Guy menciona na revista, curtem dupstep e tal, mas como nas faixas do músico e produtor Skrillex, apesar de boas não possuem melodias, nem letras. Aqui eles revisitam um genero musical esquecido e o revitalisam. E o fazem jovial, novo e incrivel. Os sons eletronicos possuem letras em boa parte das principais canções do disco, letras boas de ouvir. Em "F for You", o dilema dos relacionamentos com letras bem boladas num som envolvente: "I've been infected with restless whispers and cheats. That manifested in words and the lies that you speak. Because I played the fool for you". Na faixa "Latch", com a performance de Sam Smith temos mais composições incriveis: "You lift my heart up. When the rest of me is down. You, you enchant me, even when you're not around. If there are boundaries, I will try to knock them down. I'm latching on babe, now I know what I have found. I feel we're close enough. I want to lock in your love. I think we're close enough. Could I lock in your love baby. Now I've got you in my space. I won't let go of you. Got you shackled in my embrace. I'm latching on you." Ouça a canção, busquem em algum site de streaming e acompanhe com a letra. E perceba que viagem. São sensacionais.



Para efeito de qualquer duvida, se ficou aqui. Tenha certeza eles me empolgam e se não te empolgaram ainda com sons tão incríveis você não tá levando a dupla de ingleses a sério, o que é uma vergonha.

Faixas imperdiveis: When The Fire Starts To Burn, Defeated No More (ft. Ed MacFarlane), Help Me Lose My Mind (ft. London Grammar) e You & Me (ft. Eliza Doolittle)



Ouça o disco na integra dos garotos donos de 2013.




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