Daqui a pouco a TV Bandeirantes, talvez a que mantém mais distante seu senso de dever com poderosos (e, claro, corajosa), transmite mais um episódio do seu programa iconoclasta, para milhares de lares acenderem as luzinhas de suas TVs para mais um evento de compromisso com o humor. O que mais amo no CQC de Marcelo Tas é a idéia de trazer os maiores mestres, digo, gênios do humor de stand up comedy, para um programa tão repleto de apelos a problemas sociais e aos fatos comentados por aí a fora. Doendo a quem tiver que doer. Mas afinal o humor não dói em ninguém de fato, é o inverso, chama a atenção para a realidade. Ser engraçado com quem prefere não manter a realidade exposta, é, isso torna-se um problema. No Brasil não se brinca muito com coisas sérias, prefere-se tampar os olhos e deixar de lado, por mais que incomode. É isso que, talvez, na minha concepção é quebrado com as atitudes que o programa promove, a visão que muitos brasileiros tem. O de se incomodar. Não vendo forma de mudar, eles até contribui para o problema, gerando outros bem mais graves que o da responsabilidade pública. Os grandes mestres jedis do humor de stand up comedy no Brasil, promovem um divertido fim de segunda aos brasileiros, nos trazendo muito humor com doses das mais ácidas críticas aos políticos? Não é apenas isso...as críticas se estendem aos expectadores também. Mas será que isso tem efeito prático pra quem assiste? Não é todo mundo que assiste, esse é o problema, de acordo com o Ibope, a maior parte da audiência do CQC vem de TVs das classes A e B. É porque eles entendem o que é passado.
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