terça-feira, 5 de novembro de 2013

Lambida: Nine Inch Nails - Hesitation Marks

Trent Reznor e seu ressurgimento com o NIN: Um baita retorno.
No grito. O rapaz embalando aquele som industrial, heavy e poderoso.

Os anos 90 trouxeram grandes nomes que carregam em si o peso de uma década. Nomes como Nirvana, Pearl Jam e Soundgarden, icones do genero chamado grunge, estilo de som dominante na primeira metade da década, são exemplos de bandas dessa época. O que chamou a atenção mesmo fora desse gênero, e que alem do mais projetava o futuro da música, trazendo algo fresco e poderoso foi a banda liderada pelo franzino e cabeludo Trent Reznor que elevava sob um som de batidas programadas e desconcertantes uma forma livre de guitarras indo de encontro com um som eletronico viciante e vertiginoso. O poderoso som alto, feito com aquela ambientação toda de uma era em que tudo o que trazia o tecnologico e computadorizado entrava na moda levava o nome de música industrial sob os rodapés que tentavam explicar o que era aquele som que viria a definir uma geração. A banda chamava-se Nine Inch Nails e o que podemos dizer dela se não formos a fundo no que ela causou. Fizeram uma das apresentações que tornaram o Woodstock de 1994 algo memorável, da mesma forma como a apresentação de Jimi Hendrix tocando em chamas sua guitarra em 69, como bem lembra a revista NME, o fez. A banda teve até aqui seus altos e baixos, onde o alto pode se encontrar na obra-prima máxima da banda e um melhores discos da história da música (o album "The Downward Spiral") e o baixo na época do disco enfadonho e confuso ("The Fragile"), onde Reznor caiu feio nas drogas e nas bebidas. O som do disco soava algo experimental demais e longo a ponto de cansar. O que levou de certa forma após lançarem outro disco regular ("Year Zero", de 2007), ao fim do NIN por um periodo indeterminado em 2009. Isso tudo até anunciarem em março desse ano o retorno da banda, trazendo não apenas eles de volta a estrada como anunciando a gravação de um novo disco para setembro. O que ficou é a pergunta, a banda ainda está relevante para o mundo da música?

Consiente que devia um disco de Best Of para a gravadora, Reznor se pos a trabalhar em duas canções, que com o passar do tempo percebia já ter feito mais algumas o bastante para que a sua frente estivesse um album novo. Foi o que precisava para trazer a banda do limbo. E do limbo para não algo simples, mas extremamente bem elaborado e planejado. Uma turnê extravagante e cheia de efeitos especiais, trazem um NIN que além de evocar uma nostalgia em palco traz o poderoso clima que tanto faz deles uma das coisas mais relevante na música. Um Reznor bombado e musculoso de ombros enormes vestindo sempre uma simples camiseta preta e calças pretas acompanhada de sua bota de couro preta. Diferente do garoto franzino e rebelde do inicio dos anos 90. O viciado em cocaina e tequila, amigo de Marilyn Manson e jovem em busca de mais perguntas do que respostas, dá lugar a um cara de 48 anos de idade pai de familia, casado e comprometido em mais trazer respostas do que perguntas para o que quer do futuro, da carreira e assim sendo do Nine Inch Nails, sua banda.

No intervalo em que encerrou as atividades da banda foi convidado para participar da trilha de um filme do diretor David Ficher (A Rede Social), ganhou um Oscar com esse trabalho e ao lado de seus novos amigos e companheiros Dave Grohl e Josh Homme fizeram o documentário Sound City além de outras coisas.

Sobre o novo disco que lançaram esse ano, "Hesitation Marks" passeia pelo que foi o NIN até aqui. Não esconde as intenções de tratar o presente menos provocativo e inquieto. Parece querer assinar muito mais a banda como algo em busca de um sentido para o que veio passando até aqui. Não quer ser algo além de um belo disco de sons intrigantes e bem feitos. Sem pretensões, a banda de Reznor vai além do que poderia pretender. Sem o compromisso de entregar algo, tendo nascido do acaso, "...Marks" é recheado de faixas delirantes de pirar e não parece enfadonho. Falo do primeiro single "Came Back Haunted", tendo inclusive o vídeo clipe dessa faixa sendo dirigida pelo amigo de longa data David Lynch. O vídeo pertubador foi indicado proibido por conter cenas que causem epilepsia. Pensa. O som dessa faixa lembra algo que eles sempre fizeram só que adicionada ao tempero de batidas aceleradas que pulsa no ouvinte. "Now I've got something you have to see. They put something inside of me. Its smile is red and its eyes are black. I don't think I'll be coming back." em gritos solta o bombado Trent. Que conta muito do que é a urgencia de ser algo nos dias de hoje na faixa "Copy of A": "Look what you had to start. Why all the change of heart? Well you need to play your part. A copy of A, copy of A  Look what you've gone and done. Well that doesn't sound like fun. See I'm not the only one. A copy of A, copy of..." Em outros momentos ele solta um desabafo por tudo que passou em sua vida em "Everything" num som que não agradou muitos fãs por ser pop demais. Bobagem: "I survived everything. I have tried everything. Everything everything. And anything." Outras boas partes do disco é a claustrofóbica "Running" e a deliciosa "Find My Way". Um disco com todos os méritos nas letras aos sons poderosos, o NIN voltou direto dos anos 90 e pede para você embarcar nessa viagem ao tempo. E tem como recusar?

Sobre eles serem relevantes ou não, fica o seguinte: Ouça o disco e discutiremos depois. Eles tão com tudo.



Eles foram atrações principais dos festivais de Reading e Leeds na Inglaterra, do Lollapalooza Chicago desse ano e ano que vem serão atração do Lollapalooza Chile, Argentina e Brasil.


Até.

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